DAD-Disciplined Agile Delivey
Scott Ambler acaba de lançar em
2015, o seu livro Introduction to Disciplined
Agile Delivery(co-autoria de Mark Lines) , chamado coloquialmente de DAD. A ideia é apresentar algumas
arquiteturas alternativas à tradicional Agilidade basicona. O objetivo do
livro, parece estar marcado pela presença da palavra Disciplined(disciplinado)
contido na proposição, mandando uma mensagem que remete a um maior controle,
conforme queríamos sugerir. Procura preencher alguns gaps deixados pela camada
Ágil tradicional e sugere quatro possíveis
abordagens ou ciclos de vidas, expandindo a visão ágil hoje consolidada, através
do uso do eufemismo “escalando a
agilidade”. DAD traz uma mistura de várias abordagens, como Modelagem ágil,
Extremme Programming, UP do velho RUP, Kanban, Lean Software development,etc,
tudo centrado na visão por objetivos. Os 4 ciclos propostos são:
1-Versão básica do Scrum, enriquecida com
genoma do RUP. Contém os aspectos básicos do Scrum, com releases,
sprints/iterações, retrospectivas ao final desses pontos, reuniões diárias nos
sprints,etc e introduz as fases “rupianas” de Inception (Concepção) Construction(Construção)
e Transition(Transição);
2-Um ciclo de vida avançado com Lean.
Contem a proposição Lean com desenvolvimento contínuo, sem,
obrigatoriamente, os protocolos de
releases, sprints,etc do item anterior, que se transformam em opções. Exige claramente
maior controle da equipe;
3-Um ciclo de vida de entrega contínua.
Contém ênfase na entrega contínua e pode ser visto como uma
decorrência/extensão natural do ciclo
anterior, casado com os aspectos atuais de
DEVOPS, fincado nas premissas de desenvolvimento, testes e integrações
continuas;
4-Um ciclo de vida exploratório, baseado no
lean-start-up . Contém elementos para uma abordagem quando não se conhece claramente os
problemas a serem resolvidos e portanto
nem as soluções imaginadas. Favorece experimentos e laboratórios, minimizando
investimentos em soluções e priorizando a descoberta. É a base das ações de
P&D já existentes nas empresas;
Essas
novas visões do agilismo poderão contribuir para um encaixe maior com a gestão de dados necessária. Na fase de
Inception, os aspectos de dados poderão ser amplamente discutidos, como por
exemplo a criação de modelos de dados de
domínios, alinhando-os com direções estratégicas de dados já definidas em
níveis acima.
A
proposição de Ambler, por ter tido certa moradia na IBM(onde ele atuou por um período e também pela incorporação de genoma
do RUP), acabou deixando espaço para a criação de algo mais neutro, mas que
mantém o mesmo sabor de proposta. Dessa forma, surgiu o SAFE, uma nova proposta com visão mais corporativa, centrada nos
mesmos princípios de visão organizacional, mas sem reminiscências da IBM.
SAFE-Scaled Agile Framework
Enquanto
o Scrum era considerado algo mais focado na construção, o Safe-Scaled Agile
Framework se volta para a empresa, numa visão organizacional. A visão mostrada
no link – scaledagileframework.com - permite claramente a observação de novos
elementos que trazem um conteúdo mais estratégico, necessário para se colocar a
agilidade em consonância com aspectos de negócios e por consequência, com os de
dados, centro das nossas discussões nesse pedaço aqui. Nitidamente se observam três grandes camadas.
Na primeira camada(chamada Portfólio)
há a tradicional gerência de Portfólios,
com “temas” estratégicos(lembre-se que em Agilidade, “Temas
e Épicos” são sinônimos de requisitos em granularidades diferentes), há owners
de épicos(requisitos de alto nível, onde dados deverão ser considerados), há a
presença do arquiteto corporativo(onde a arquitetura de dados deverá ser
considerada), há épicos de negócios(requisitos de negócios, que se associam com
requisitos de dados), há épicos de arquitetura(requisitos de arquitetura, onde também
entram as arquiteturas de dados), backlog de portfólios e há uma nítida visão do planejamento dos
releases. A camada seguinte (denominada Programa) se apresenta com a Gerência
de Produtos, com roadmaps (no mineirês, oncotô-proncovõ), a Gerência de
Releases com épicos de programa(requisitos daquele conjunto de
projetos/releases), há portfólio de programas, etc. Na terceira camada, chamada
de Equipe(Team), chegamos aos ciclos
de iterações (sprints) hoje conhecidos
dentro do Scrum tradicional. Há as equipes ágeis, a figura do PO, do Scrum
Master, dos desenvolvedores e testadores e as estórias encaixadas nas
iterações.
Conclusão:
Embora as palavras gestão de dados, governança de dados,etc não sejam
explicitamente citadas nesses novos frameworks que estendem o Agilismo, não há
dúvida, que há um novo espaço para se discutir em conjunto, o cruzamento dessas duas linhas
fundamentais(Agilidade e Dados). A Agilidade não pode prescindir da Gestão de
dados. A figura 01 mostra uma possível visão de Scrum com uma camada superior
onde aspectos de dados deverão ser considerados.
Very good! Eu não sou entusiasta de agile. Apenas me atento para o que esta metodologia pode melhorar o dia a dia de quem trabalha com software. Encaixar dados a esta atmosfera só tem a somar para quem já pratica. Abs!
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