Total de visualizações de página

sexta-feira, 27 de maio de 2011

BI2-Modelagem e Qualidade- Carlos Barbieri

O livro BI2-Modelagem e Qualidade, que você folheará a partir de Junho, teve três grandes motivações na sua concepção:  A primeira foi o ainda intenso interesse demonstrado pela comunidade de informações(acadêmica e técnica) pelo livro anterior BI-Business Intelligence-Modelagem e Tecnologia, esgotado. Esgotado, diga-se de passagem, não necessariamente por seus méritos, mas pelo desaparecimento da empresa, que o editou. Que Deus a tenha...
Editado em 2001, o livro ainda continua sendo uma fonte  bastante citada, conforme evidencia o Dr. Google, nas suas mais de 30 páginas de links referenciados. Isso é reiterado por diversos e-mails que recebo periodicamente, vindo de universidades e profissionais , a respeito de como obtê-lo, mesmo dez anos depois do seu lançamento. Assim o BI2 cumprirá parte de seu objetivo, ampliando,revisando e atualizando os conceitos existentes no seu irmão mais velho e trazendo novas discussões sobre altos volumes, novas formas de acesso e de estruturação de informações.
A segunda grande motivação se deu pela minha incursão, ao longo desses últimos seis anos, na implementação de projetos de qualidade, através do Programa MPS.BR da Softex. Foram mais de 50 implementações através da Fumsoft-MG. Embora o movimento MPS.BR seja fortemente focado em qualidade de processos de software e serviços correlatos, fui despertado por uma daquelas vozes internas que nos sopram aos ouvidos, principalmente nas madrugadas insones que sucedem a derrota do time querido. Ela  me perguntava o  porquê da qualidade de dados não ter  ainda alcançado um patamar de importância corporativa semelhante à qualidade dos processos.  De pronto, respondi: ­­__ Depende,  esfarelando qualquer resquício de lógica e me valendo do clichê fundamental da indústria da consultoria. Mesmo assim, prometi ao meu alterego cruzmaltino pensar,pesquisar e escrever a respeito. Até porque em  toda a minha vida profissional estive profundamente envolvido com dados. Desde a minha tese de Mestrado no Inpe, nos anos 70, passando pela minha  carreira profissional de quase 30 anos na Cemig, onde comecei como DBA, comandei a área de Dados e me aposentei como responsável pela área de Tecnologia. Sempre me envolvi com eles. Mesmo assim, os diversos trabalhos de consultoria por aí afora, a escrita de um dos primeiros livros sobre Modelagem de Dados publicados no Brasil, e o primeiro livro de BI,  sempre me apontaram esse caminho, mas nunca me ajudaram na resposta ao alterego insone. Quando ouvi pela primeira vez sobre os movimentos de Governança de dados, entendi que o momento que eu sempre imaginara importante para os dados, estava prestes a chegar. E por que colocar num livro de BI, assuntos de qualidade e governança de dados? A resposta é clara e forte como a silhueta das montanhas de Minas. As informações colocadas e estocadas nos grandes depósitos hoje(sejam DW ou DMarts) têm oferecido um lado sombrio, quando analisadas sob a luz da qualidade. Não são poucas as empresas onde ouço que o BI vai bem, porém a qualidade das informações por ele produzidas,.. nem tanto...  
A terceira motivação se dá pela minha paixão velada pelos dados, sejam eles os cubinhos com faces enumeradas de 1 a 6,  ou os elementos atômicos de informações e geração de conhecimentos. A língua portuguesa tem essa feliz coincidência semântica, inexistente nas outras. Essa minha fixação em dados(informações) foi aguçada pela perspectiva do crescimento absolutamente incontrolável do conteúdo do universo digital. Com o aparecimento de celulares, redes sociais, câmeras, etc, o elemento “dado” passou a  circundar as nossas vidas, como nunca antes, chamando atenção,  não só pelo seu volume estonteante, mas principalmente pela maneira pela qual nos impactarão . Essas novas formas de análises que serão feitas sobre  nós quando investidos de  leitores, blogueiros, internautas, twiteiros, transeuntes observados por câmeras, etc, também foram pesquisadas, no que chamei de BHI(Behavior Intelligence). Já se foi o tempo em que o BI era somente dados de varejo e transações comerciais. No lugar de transações, veremos interações e atitudes.
Enfim, o livro procura ser um pouco provocador no sentido de que as empresas deverão se preocupar com os dados como um ativo organizacional, da mesma forma com que  nós os “human bits”,  estaremos vivendo o lado doce e amargo da nossa nova personalidade de “seres digitais”.  
Para melhor orientá-los  na leitura do BI2, gostaria de mostrar as trilhas do volume. 
No capítulo 1 , vocês terão  uma visão gerencial, com o viés histórico sobre a evolução ou revolução dos aspectos de dados, informação e conhecimento, testemunhado por esse escriba, desde o momento em que rodei  o primeiro  programa Fortran, na época da CPU à  lenha.
No capitulo 2 , procurei associar o conceito de reputação e de novos posicionamentos das empresas a respeito de competição, virtualidade, marcas, etc, com aspectos subliminares de qualidade.
No capítulo 3, tangencio o  assunto qualidade de processos, muito mais com intuito de contextualização de uma qualidade parceira  do que com a pretensão de ser detalhista nesse domínio. 
No capítulo 4, falamos sobre Qualidade e Governança de Dados, discutida num viés condicional  e fundamental para uma boa implementação de BI e a consequente assunção dos dados como ativos organizacionais das empresas. Nesse capítulo discutiremos os conceitos seminais de Governança de dados, algumas propostas para sua implantação e certos modelos de maturidade aplicados . É um dos capítulos, que pretendo provocadores.  
Os capítulos 5 e 6 focam em BI, com os seus conceitos estruturantes e os aspectos correlacionados ao assunto, como Conhecimento, Inteligência competitiva, etc. Manteve a essência do livro anterior, focando aspectos colaterais do BI.
O capítulo 7, falamos sobre Data Mining, que escrevi com Fábia Russano Yazaki, amiga e grande estatística e que hoje trabalha na ONU em NYC, onde nos encontramos quase que religiosamente nos janeiros gelados da Big Apple. O conteúdo é também muito próximo do originalmente publicado no primeiro livro, mas foi revisado e  ligeiramente expandido à luz das novas aplicações da matemática computacional.
Os capítulos 8, 9 e 10 são dedicados aos projetistas e arquitetos de DW, DMart e soluções de bases de dados, tendo um conteúdo caracteristicamente técnico. Não dá para escrever com “graça” e lirismo, parágrafos que versam sobre indexações multidimensionais, com mapas de bits ou chaves randômicas. No capítulo 8 falamos sobre conceitos avançados de modelagem dimensional, que permanecem estáveis desde Kimball e Inmon. No capítulo 9,  a discussão é sobre projetos de aplicações de BI, com incursão em modelos iterativos, como forma de encolher os grandes cronogramas de projetos dessa natureza. O capítulo 10 tem um foco bem “bit-byte” mesmo. Diversas formas de indexações e suas evoluções foram pesquisadas e analisadas. Na parte final do capítulo, focamos em grandes volumes, com soluções sendo desenvolvidas, exatamente para esses novos cenários, como Hadoop, indexações colunares,etc.    
O capítulo 11 tem um sabor especial e de novo, tenta provocar. Ele sintetiza os conceitos em torno do que chamei de BI2, ou sejam as diversas alternativas de aplicações de BI em domínios diferentes. Falamos do BHI(Behavior Intelligence), BI aplicado a GP(Gerência de Projetos), Geo-BI, BI com agilidade, etc, além dos aspectos de volumes de dados e seus impactos em segurança e privacidade.  
Esse é o enredo do BI2: jogar algumas luzes em cima do BI estabilizado há mais de 15 anos, provocando reflexões sobre qualidade e governança dos dados, altos volumes com “Big Data”, MDM, projetos iterativos e novas formas de aplicações.  

Espero que gostem. Boa leitura.


Correções: depois do lançamento, observamos alguns erros de editoração, que corrigimos abaixo
1a correção: As figuras  de 8.13 a 8.19 apresentam um erro em algumas colunas que deveriam ter sido esmaecidas(escurecidas, conforme desenho original enviado) e não foram. Abaixo, seguem as figuras corretas: