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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Governança de Dados-Parte VII-Visão de Mike Cochrane- 5 Passos para a Governança de Dados


A figura 7.1 a seguir,  mostra outro framework de Governança de Dados, que permite uma visão alternativa de seus componentes e implementação. Quando comparado com os outros anteriormente mostrados, confirma a percepção de que os caminhos de GD já estão, cada vez mais, consolidados, restando as adaptações e especificidades de cada empresa e seu ambiente. E claro, as dificuldades de sua materialização.

·         Definição da Estratégia: a Governança de Dados deve ter um driver claramente estratégico, movido por objetivos oriundos da missão da empresa. Isso permitirá a definição formal de áreas que organizem e planejem as ações de GD, dando a devida autoridade e garantindo o comprometimento requerido. Uma primeira ação é criar um grupo de estudo objetivando a definição de um alinhamento das estratégias organizacionais com as de dados. Seria criar visões alinhando as estratégias da empresa com a qualidade e controle sobre os dados, indagando, por exemplo: Como os dados podem influenciar para o bem ou para o mal nas diretrizes estratégicas da minha empresa? Quais são as diretrizes estratégicas da empresa para o próximo biênio, relacionadas a clientes(aumentar a fidelização dos atuais clientes, através de ações de retenção/sedução?); aumentar a base de clientes pela melhor qualificação dos atuais produtos ou via expansão de linha de produtos, ou de atuação geográfica); Com relação aos produtos seria melhorar a qualidade dos produtos do portfólio, diminuindo índices de insatisfação, ou de reclamações de produtos e serviços?. A empresa tem objetivos estratégicos relacionados a “compliance” com modelos e padrões internacionais, como ISO,SOX,CMMI,MPS.BR,etc. Como os dados podem influir nessas direções estratégicas de aderência a normas?
·         Com percepção de aderência estratégica de dados aos objetivos estratégicos, definir o esboço de organização e planejamento das ações de GD(Governança de dados). Isso significa definir as áreas, envolvidos e papéis. Nesse momento, o grupo multiorganizacional que está a frente do trabalho deverá definir as camadas iniciais de GD: Por exemplo,  a formação de um Comitê  pluriorganizacional, de objetivo consultivo, que em alto nível, deverá definir as linhas mestres da GD. Serão iniciativas para definição de políticas sobre os dados, contemplando segurança, privacidade, compartilhamento, padronização, definição de metadados, inventário de dados e de qualidades dos dados mestres existentes, indicadores de processos de dados e outras ações de sensibilização. Uma outra camada organizacional, abaixo do comitê, seria um tipo DMO-Data Management Office, que deverá ser um núcleo centralizado, caso seja para compartilhar serviços para várias unidades, ou distribuída por áreas de negócios, que deverá ser a responsável pela aplicação/realização dessas iniciativas  e garantir a sua continuidade. É uma área investida de autoridade para realização dos planos e aplicação das políticas de GD. Deverá ser formada por um CDO-Chief Data Officer e de representantes de gestores de dados(stewards) das unidades , além de representantes de TI(custodians) e arquitetos corporativos, caso existam. Uma terceira camada, fortemente presente nas áreas de negócios seria a dos gestores de dados(data steward), presentes naquelas de maior criticidade inicialmente. Os papéis definidos podem ser categorizados na tripla CCC(Consumidores de dados, criadores de dados e “custodians” de dados). Os “ custodians podem ser entendidos como os que tomam conta dos dados, onde a TI se insere mais fortemente com os papéis de administradores de dados, bancos de dados, de dicionários de dados, etc, associados ao controle mais físico, de segurança e de proteção dos dados. A figura dos gestores de dados, distribuídas nas unidades de negócios, são denominados “data stewards", ou seja são os responsáveis pelos dados daquele setor, do ponto de vista negocial e lógico;
·         Terminada a definição estrutural, poderiam ser estabelecidas as primeiras Políticas, Regras e Padrões, através do Comitê, com ideias iniciais e do DMO, com detalhamento. As políticas e padrões deverão ter escopo interno, buscando dar o arcabouço de apoio ao processo a ser seguido, e, também, escopo externo, focando em aderência com possíveis normas e regulamentações internacionais e na reputação e  imagem da empresa. Algumas métricas deverão ser definidas para garantir uma monitoração numérica do projeto;
·         Definição de Processo para GD: um processo deverá respaldar os projetos que comporão o programa de Governança de Dados. Alguns projetos envolverão a definição da arquitetura de dados, de processos e a apuração da qualidade de dados de áreas estratégicas da empresa, dentre outros. Esse processo corporativo de GD deverá ser baseado em práticas de melhorias de processo.  
·         Apoio tecnológico: essa camada será composta pelo arsenal de tecnologia disponível para alcançar os objetivos da GD. Envolve ferramentas de qualidade e segurança de dados, de BI, de Mining, de MDM, EAI, metadados, etc., todas associadas diretamente com os aspectos de dado, integração, transformação e utilização.
·         Uma das iniciativas mais importantes definidas pelo Comitê de GD em conjunto com a área de DMO seria a implantação de um processo de levantamento para a aferição do grau de maturidade e de qualidade dos dados e seus processos. Isso poderia ser feito por entrevistas qualitativas com usuários se áreas escolhidas como “master” e com a aplicação de estudos de “profiling “ em dados mestres existentes naquele business. Isso exporia de foma clara, o nível de maturidade da empresa com relação a dados e alguns flaws(imperfeições) de dados, o que aumentaria a sensibilização de toda a empresa para a adoção de processos de melhoria de qualidade de dados.

Síntese: O framework apresentado por Mike Cochrane e publicado no Information Management, conforme referência, apresenta rigorosamente os mesmos ingredientes vistos anteriormente nas outras proposições. Isso significa que um conjunto básico de ideias e melhores práticas esta gradativamente se formando, delineando uma forma de se implementar GD nas empresas. Um dos desafios será adaptar essas práticas e ajustá-las a cada empresa, encaixando na sua cultura, ajustando às suas limitações e vencendo os seus obstáculos com relação ao proprietarismo de dados. É aí que o diabo se esconde...  



framework mostrado acima  foi adaptado do artigo “Five Steps to Data Governance”, de Mike Cochrane, publicado na revista Information Magazine, de março de 2009. Disponível em:    http://www.information-management.com/2007_56/10014953-1.html .  Acesso em: 04 jan 2010.