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sexta-feira, 31 de julho de 2009

Ícones da Tecnologia da Informação

Publicado em Maio de 2001

Sempre que alguma tecnologia emerge no cenário verde dólar da Informática é comum observar, atrelada a ela, certos ícones que lhe conferem substância e credibilidade. O uso forte de orientação a objeto por uma grande empresa americana de automóveis, ou as aplicações de DB2 de uma poderosa instituição bancária européia foram alguns desses símbolos apresentados e decantados em seminários e conferências e gestados pela referência positiva de suas implementações. Alguns exemplos, entretanto, gravitam na tênue fronteira entre a realidade e o exagero bem intencionado dos homens de marketing. O tão citado exemplo da cerveja e fralda, exemplificado à exaustão em seminários de BI, Mining e outros assuntos correlatos, chegou a ser objeto de uma avaliação de veracidade por parte de uma revista americana, que concluiu mais pelo excesso de imaginação mercadológica do que pelas forças associativas de produtos(cerveja e fralda), dias(quintas feiras) e pais americanos. No cenário de Data Warehouse, o maior e mais significativo ícone é a implementação do grande armazém de informações da rede mundial de supermercados, hoje presente também no Brasil: Wall Mart. Considerado como o maior DW do planeta, a gigante americana de varejo continua sendo alvo de todos os exemplos citados na mídia. Diferentemente do outro exemplo, este é de bits e bytes. Isto pode ser constatado por quem é do ramo de BI, ou tem curiosidade tecnológica. Basta não perder a oportunidade de ler o livro “Data Warehousing- Using Wall Mart model de Paul Westermann, publicado pela Morgan Kaufmann. O autor, um dos quatro projetistas do planetário armazém de informações da empresa, apresenta de forma didática e profunda a história , alguns modelos, a tecnologia utilizada e uma série de observações práticas deste que é o maior dos projetos de DW. Com uma área armazenada de aproximadamente 70 terabytes(*), o famoso DW começou a germinar nos idos de 88, quando a empresa montou em DB2 no mainframe uma série de consultas baseadas em painéis ISPF(TSO) para ajudar na recuperação de informações gerenciais. Desenvolvido inicialmente como um Data Mart para controle de POS(informações sobre Point of Sale) ou terminais de venda ,orçado em US$20 mi, o projeto evoluiu anos depois para um DW corporativo através da incorporação gradativa de novos assuntos e aplicativos. Seguiram o modelo middle-down moldado pela prática e diferente dos preceitos teóricos de gurus que apregoam um inalcançavel modelo integrado global. O livro navega por assuntos interessantes para os variados níveis de curiosidade. Mostra gerencialmente os aspectos de uma busca incessante por ROI(Return of investment), para a comprovação do retornos de projetos desta natureza . Para os mais letrados no assunto traz também uma série de modelos dimensionais relacionados ao projeto, centrado no segmento de varejo, com descrição de tabelas fatos e dimensões. O livro ilustra com perfeição uma frase dita por Sam Walton, dono da empresa que falou: “ Quase tudo que tenho feito na vida , eu copiei de alguém”. Significativa para o pai do homem mais rico do mundo, ela confere autenticidade. O Projeto do DW da empresa foi iniciado meses depois que eles souberam que o arqui-competidor KMart, já havia iniciado um projeto de BD para controle da tripla loja/produto/semana. Copiar e fazer melhor. Este é o lema deles. Assim o fizeram.

(*)-Nota do autor: Hoje o DataWarehouse do WallMart se aproxima de algumas centenas de terabytes.

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