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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Visão Ágil e Visão estruturada-Parte 4-Entendendo o conceito de modelo

Entendendo o conceito de modelo:
Uma dos pontos mais importantes para se diminuir as lacunas conceituais entre os dois modelos é perceber que o CMMI e o MPS.BR são " modelos" e não "padrões". A distinção, vai muito além da semântica e nos remete a observação de algo simples como o capim. Um "modelo" define o "quê" e não o "como". Isso faz muita diferença quando pensamos em implementar um modelo e analisarmos os riscos da sua interpretação, inclusive para a preparação da avaliação. Quando você trabalha com o balizamento pelo "o quê" a implementação torna-se mais liberta de procedimentos, templates rigorosos e de processos pré-cozidos. Até porque a empresa, dentro da sua visão, cultura e estilo é que irá definir certamente isso. O modelo será o guia, a orientação e o apontamento de caminhos. O cuidado que se deve ter sempre é garantir que aquilo que você definiu produza os resultados esperados que o modelo exige. Já o "padrão" é muito mais rigoroso e impõe formas específicas de se fazer algo. No modelo ágil, por exemplo, se a empresa apresenta o Release Plan, identifica o P.O(Product Owner), que representa os fornecedores de requisitos da área do Produto e na reunião de Sprint Planning 1 seleciona os itens do Product Backlog, estaria caracterizando o resultado GRE1-Os requisitos são entendidos, avaliados e aceitos, junto aos fornecedores de requisitos,utilizando critérios objetivos  e o SP1.1-Obtain an understanding of requirements, do processo RM(requirements management) do CMMI. Isso, por si só, mostra que modelos como MPS.BR e CMMI incentivam as empresas a buscar alternativas de solução, através de práticas, frameworks, e de outros conceitos correlatos, sem estabelecer amarras rígidas a pontos pré-definidos. É claro, entretanto, que algumas evidências são necessárias em uma avaliação, para que se possa perceber o alcance da implementação. O exemplo, que sempre cito, a respeito de um agilista entusiasmado que conheci e que dizia ser ele(em carne e osso) a própria documentação do Plano de Projeto, implicará reprovação naquele resultado específico. É importante entender que MPS.BR e CMMI são coleções de idéias e de boas práticas registradas ao longo de décadas e que devem ser usadas como guias para implementação na empresa, sempre de acordo com a cultura dela. Aqui cabe a diferenciação entre "aplicar" e "implementar". "Aplicar" MPS.BR ou CMMI, sugere muito mais um decalque justaposto sobre os processos existentes da empresa a fim de produzir os produtos que o modelo espera. "Implementar" MPS.BR /CMMI, por sua vez, sugere você usar o modelo como uma ferramenta de aprendizado, de comunicação e de organização de idéias, claro, dentro de um universo delimitado. Também significa parar para analisar o que se faz, da forma com que a empresa e sua cultura adotam a prática, e "ajustar" de maneira a melhorar, se e onde cabível. Onde não for pertinente, deveremos olhar para verificar se o que é feito e como está feito atende às exigências do modelo, podendo até permanecer como tal. Essa caracterização do MPS.BR/CMMI, como um "modelo" guia de melhorias de processo, por vezes não é observada nem pelos seus implementadores e as vezes não entendida nem por seus avaliadores, ajudando a criar, dessa forma, mitos de dificuldade, que na realidade não deveriam existir, caso os conceitos de "modelo" e de "implementação" fossem plenamente entendidos.

Um comentário:

  1. Boa! E para descobrir o "como" tem que analisar muito, propor melhorias e ajustes, e como se não bastasse ainda tem a questão da cultura e das pessoas... e dá-lhe "jogo de cintura"! Muito bom o texto...

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