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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Visão Ágil e Visão estruturada-Parte 6-Desafios

Desafios

Os projetos e as empresa que aderiram ao uso de ambos os paradigmas, percebem que existem valores reais nos dois lados.No nível de projetos, os modelos estruturados focam mais no "o quê" fazer enquanto os métodos ágeis focam no "como" os projetos desenvolvem seus produtos. Isso define que ambos tem uma boa faixa de convivência. Hoje muitas organizações certificadas em CMMI/MPS.BR usam equipes "ágeis" de desenvolvimento. Da mesma forma, uma empresa ágil, pode usar MPS.BR/CMMI para projetos iterativos, time-boxed, o que é perfeitamente compatível com os seus preceitos de hoje. Os métodos ágeis podem prover o "como" em projetos CMMI, especialmente em projetos de menor porte com equipe co-alocada. As abordagens CMMMI/MPS.BR, por seu lado oferecem as práticas de engenharia de software para projetos de maior porte.
O grande desafio dos modelos ágeis está na aplicação de grandes projetos, onde diversas e pequenas equipes devem ser mantidas alinhadas e coordenadas durante a sua execução, mantendo as premissas ágeis aplicáveis. A manutenção do alinhamento em projetos distribuídos requer um papel ou mecanismo para a preservação da coerência, lógica e unicidade de:
a)Arquitetura do sistema;
b)Escopo,qualidade, cronograma, custo e risco;
c)Funcionalidades gerais do sistema a serem desenvolvidas, incluindo requisitos não técnicos.
Algumas técnicas que evoluem bem em ambientes ágeis controlados, como a refatoração, não escalam bem quando se tem múltiplas equipes cooperando no mesmo produto.
O modelo ágil pode escalar bem para grandes projetos desde que adote os conceitos regulares de Release Planning,Sprint Planning,Test Planning, Integração contínua e defina equipes para desenvolvimento no estilo FDD(orientado a features) ao invés do desenvolvimento orientado a componentes.
Do ponto de vista de engenharia de software, as atividades abaixo são desafiadoras para projetos grandes,complexos,distribuídos e em várias equipes e se potencializam quando em modelos ágeis:
a)Estabelecer os objetivos gerais do produto e ter uma visão do projeto;
b)Gerenciar a alocação de requisitos para as equipes;
c)Definir e manter as interfaces e restrições entre equipes, tanto para o produto quanto para o processo;
d)Manter integração efetiva dos produtos, com verificação e validação;
e)Coordenar a gerência de riscos por todo o projeto.
Esses processos necessários para a condução de grandes projetos estão presentes nos níveis D e C do MPS.BR(N3 do CMMI).
Algumas abordagens Scrum estão evoluindo de forma a permitir a efetiva gerência de grandes projetos. O "Scrum of Scrum" é uma delas, que seria uma espécie de gerente sênior alinhavando vários projetos. O MPS.BR possui processos e resultados que orientam na gerência integrada(GPR-II e GPP-Portfólio) e o CMMI tem um processo(IPM) voltado para isso.
Os métodos ágeis também deverão buscar melhorias dentro do escopo organizacional que suportem definição de processo, medições,treinamento, reutilização, etc, e formem um arco gerencial mais amplo do que os limites do "scrum team", principalmente para projetos com tais características. Nas empresas de MG, que estão envolvidas com MPS.BR e Scrum, percebe-se alguns sintomas semelhantes. A Powerlogic, que fará sua apresentação, uma empresa, cuja UO(Unidade organizacional) avaliada é focada em produtos, tem nível C(CMMI-N3), e adota Scrum com extrema capacidade, sendo inclusive referência no Brasil.Uma empresa pequena, focada em projetos, localizada no interior, prestes a tirar nível G, em junho/julho adota Scrum/Ágil com bastante eficiência e muito provavelmente logrará êxito na sua avaliação. Uma empresa maior, também com ênfase em projetos, localizada em BH, nível F e indo para C, divide o seu universo de projetos, deixando aqueles que demandam maiores controles para o método mais estruturado, no qual se certificaram F(2 do CMMI) e para os projetos menores, incentiva a aplicação do Scrum. Mas é importante observar que isso tudo pode ser relativo: depende da empresa, do seu amadurecimento em métodos ágeis, do seu tipo de contrato com clientes, etc. Ou seja, cada empresa pode ter a sua verdade momentânea.

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