Um dos sinais claros de evolução de
certa tendência tecnológica ou metodológica são os movimentos que o mercado
mostra com relação àquela novidade. Em outras palavras, como as empresas começam a se fundir, comprar ou buscar
parcerias com outras, visando o domínio daquela tecnologia, em particular . No
caso de Big Data, analytics, MDM, ou dos conceitos mais amplos dentro do BI2,
já há um tempo, as grandes empresas começaram o processo de caça às
alternativas boas do mercado.
A IBM nos últimos anos partiu para a
aquisição de certas tecnologias que ainda estavam emergentes, porém sobre as
quais ela não mantinha domínios. A IBM adquiriu:
a) A Netezza por US$1,7 bilhão de dólares. A Netezza foi uma
das empresas de maior destaque em 2010, no campo de tratamento de grandes
volumes de dados. Com uma promessa de que seu “engine” pode processar taxas de
10 Petabytes/minuto, a IBM não teve dúvida em incorporá-la aos seus ativos. A
força da Netezza se dá pela adoção de estruturas Hadoop e Mapreduce para o
tratamento de grandes volumes de dados;
b) A Cognos, uma das grandes empresas independente de BI, que oferece um conjunto de
funcionalidades para tratamento dimensional de dados, criação de relatórios,
cubos e análises focadas em scorecard;
c) A SPSS, um pouco mais especializada, sempre foi uma famosa
ferramenta do mundo de processamentos estatísticos e veio para engrossar o
caminho da Big Blue em direção às camadas de análise preditiva;
d) Algorithimics, empresa focada em serviços de análise de riscos para empresas do segmento
financeiro. A empresa foi votada como uma das mais centradas no protocolo de
Basiléia, que visa definição de normas e padrões objetivando a minimização de
riscos em bancos e instituições
financeiras;
e) Ounce Labs, empresa focada em testes e vulnerabilidade de
códigos, mostrando a preocupação da Big Blue na esfera de qualidade de códigos;
f)
I2, empresa focada em análise de
segurança de dados, com foco em Big Data, visando o ataque a um dos grandes
problemas que aparecem com o crescimento das informações , quer seja no mundo
virtual da nuvem, ou físico das empresas;
A HP, por sua vez, acabou de adquirir a Autonomy, empresa
especializada em processamento de documentos estruturados e dados semi e não-estruturados;
A SAP, gigante alemã de pacotes(ERP)
já havia comprado a BO(Business Objetcs), empresa de grande reputação na
Europa, com forte foco em BI, analytics, etc e depois adquiriu a Sybase, uma
das pioneiras em bancos de dados Cliente/servidor e que possui uma das primeiras
implementações em indexação colunar(SybaseIQ), cujo uso mais intenso tem sido
uma das novidades dentro da tecnologia de BI2;
A EMC2, gigante da área de
armazenamento(storage) adquiriu a Greenplum, uma das empresas pioneiras na
adoção de Hadoop para tratamento de grandes volumes. A Greenplum, Netezza e
Aster formavam um trio de empresas de pouca visibilidade mas que marcaram
presença pelo pioneirismo em processamento de petavolumes, com aplicações
analíticas e de BI em Big Data.
A Oracle, que sempre foi uma grande
incorporadora de tecnologias emergentes, também começa a espichar o olho para
esse cenário de Big Data, analytics, etc . Depois da aquisição da Hyperion e da
“parceirização” com a famosa e independente Informática, empresa
especializada em integração de dados,
Larry Ellison parecia ter se acalmado. A Informática já havia adquirido a
Siperian, especialista em MDM, por US$130 milhões e a Oracle já botava o seu pé
no mundo da gerência de dados mestres, através dessa aquisição oblíqua. Mas no
último Oracle OpenWorld , acontecido agora no início de outubro de 2011 em São
Francisco, foram mostradas mais novidades, bem ao estilo de Ellison, onde a fumaça
e o holofote, por vezes, obscurecem os detalhes de implementação e proposição
objetiva dos produtos:
·
A Oracle anunciou o novo Oracle Big
Data Appliance, que trará o framework Apache
Hadoop na forma de Oracle NOSQL, Oracle
Data Integrator adapter para Hadoop, Oracle Loader para Hadoop, além da
sinalização do uso do sistema R, open-source, com forte sabor de tratamento
analítico em Big Data, mostrando que a Oracle percebe a importância desses produtos e define as armas para a briga com
os produtos de mercado, como SAS ou SPSS(esse da IBM) ;
·
O produto R, que já está presente em
outras soluções de mercado, como o da própria IBM, com o Netezza, o AsterData,
o Teradata DW e o Greenplum(EMC2), aparece se unindo à família Oracle. Assim, no
Appliance da Oracle, também aparece a “linguagem” R para tratamento
estatístico, que provavelmente exigirá a migração dos dados do Haddop para
bases Oracle, caso se queira trabalhar dados não estruturados.Mas isso é a
confirmar...
Assim caminha a humanidade: Os peixes maiores se
alimentam dos menores, mas isso não necessariamente garante a fórmula do
sucesso. É fundamental que as “grandes” estejam plenamente focadas naquele
assunto e não somente mirem a expansão do seu mercado, abocanhando fatias
maiores. As grandes, no caso a IBM, HP e EMC2, estão com forte posicionamento
de “serviços”, o que sempre facilita a disseminação de seus produtos, quando
aliados às soluções do tipo “ porteira fechada”, misturado com o conceito de
“appliance”.
Bom Artigo! Trabalho com Teradata a 6 anos, já havia percebido esta movimentação do mercado, mas ainda não tinha parado p/ pensar como profissionalmente poderia tirar proveito desta "nova onda"...rs
ResponderExcluirHora de baixar o weka, e voltar a brincar de achar padrões...
Abraço,
Henrique