Como se encontram os conceitos de Governança, Gestão de
Dados e correlatos, no momento nos EUA?
Evento: Conferência de Inverno de Governança de Dados,
ocorrido entre 14-18 de Novembro de 2016, em Delray Beach – Flórida .
Alguns drops de informações :
1)Os drivers que estão levando as empresas a adotarem GD
continuam sendo “compliance” com as exigências regulatórias e os riscos delas
provenientes, aplicação dos dados para o aumento de vendas, “customer
experience”, ou a busca de um melhor
entendimento do comportamento dos clientes,
de certa forma associado à anterior, a avaliação da performance
operacional para entender os alcances do negócio através de indicadores mais
elaborados e finalmente a busca de redução de despesas;
2)Os principais problemas encontrados, para os quais a GD
tenta apontar suas baterias são: Ambiguidade na definição dos dados(falta de gestão
de metadados), fontes díspares de informações(falta de integração e de controle sobre dados mestres e de referência)
e falta de responsabilidade e “accountability” sobre os dados(ausência de
gestores- data stewards e de donos de dados-data owners). Uma pesquisa de braço
erguido na plateia, com quase 200 participantes evidenciou que pouco ainda se
faz sobre gestão de metadados;
3)Entender claramente as Políticas de Negócios é fator
fundamental na GD, pois as Políticas de dados são originadas, quase sempre, delas(
Políticas de Negócios). Uma política de negócios que define, por exemplo, que a
empresa é obrigada a se reportar a determinada agência reguladora, num certo
período, gerará, como consequência, Políticas de dados de compliance;
4)Há um claro crescimento em determinadas áreas da
Governança, ou em processos no seu entorno. Por exemplo, fica patente, cada vez
mais, a importância da adoção de CM(Change Management), ou Gerência de
mudanças. Aqui não se está falando de mudanças de requisitos ou de códigos,
como bem ensina o CMMI ou MPS. A mudança aqui está no plano cultural e
comportamental de áreas da empresa que se preparam para abraçar a Governança de
dados. A GD exigirá mudanças de posturas gerenciais e operacionais, dai a
importância desta gerência para preparação das mudanças.
5)Embora haja ainda uma certa retração com relação à
Gestão de Metadados, muitas empresas apresentaram “cases” de abordagem desse
corpo de conhecimentos. Nesse patamar surgiu a necessidade de se automatizar os
dados, criando glossários de negócios, com diferenciação entre termos de
negócios e termos operacionais. Também exige-se da ferramenta de metadados uma
capacidade de busca que permita acessar dados por quaisquer atributos, além de
uma capacidade de verificação de elementos redundantes de dados, nem sempre alinhavados
pela mesma descrição. Nesse segmento aparecem diversas ferramentas, algumas das
quais já com presença no Brasil. A lista observada foi: Collibra, Rochade(da
ASG), Backoffice, Datum, Infosphere(IBM), Innovative Systems, Informática, EBX5-Orchestra,
Trillium, Embarcadero e até o SharePoint da MS pode ser pensado como elemento
inicial para uma plataforma de metadados;
6)Independentemente das linhas de GD adotadas, nota-se
claramente a estrutura triangular padrão,
caracterizando um framework com uma camada superior de GD executiva e
estratégica, que tem função de Apoio e
Suporte ao programa, uma camada intermediária, com uma visão de autoridade,
definição e resolução de pendências e uma camada operacional, que aplica, executa
e controla as Políticas, os Processos e os Padrões de dados da empresa;
7)Um dos aspectos citados no processo de convencimento da
necessidade de GD pode passar pela verificação do estado atual das práticas de
dados na organização. Uma avaliação(Assessment) pode desenhar o estágio atual
da empresa, suas lacunas e fragilidades e se transformar num poderoso elemento
de convencimento, principalmente se comparado com posições dos concorrentes.
Isso poderá ser feito via os modelos DAMA, DMM, ou alguma abordagem adaptada e desenvolvida,
que customize ou otimize os esses modelos;
8)Outro ponto importante, considerado fator de sucesso é
o engajamento das áreas e de pessoas no
movimento de GD. O engajamento é função direta do convencimento com dados e
fatos, histórias de sucesso e de fracasso e o foco nas pessoas corretas a serem
seduzidas. As chefias específicas de áreas de negócios que serão “objetos” dos
primeiros movimentos do programa de GD, os owners de dados, localizados no
grupo anterior e SME(Subject matter expert)-especialistas em assuntos
específicos, que serão fortes candidatos a gestores de dados(data steward).
Após a identificação de pessoas e papéis fundamentais, deve-se pensar no
treinamento, no desenvolvimento de processos e na monitoração e acompanhamento
do programa. Nesse processo de busca de patrocínio é sempre bom estar preparado
para responder duas perguntas : O que você necessita de mim e o que você vai
retornar para a empresa?;
9)Um ponto de discussão nessas Conferências de GD é
sempre o posicionamento hierárquico da
área de GD. Há uma quase unanimidade nas empresas de que a GD deve ficar na
área de negócios e não na TI. Dentro da área de negócios, há variações de
localização, sendo que as áreas de Riscos e Compliance, juntamente com Finanças
são as mais utilizadas;
10)Outra percepção obtida é que há uma ligeira variação
na aplicação dos conceitos de Governança de dados e Governança de informações.
Normalmente esses dois termos são considerados como sinônimos, porém há
pequenas variações, em certas percepções. Por exemplo, atribui-se à IG-Information
Governance (Governança de Informações), um espectro maior de atuação, que além
de envolver a DG(Governança de dados), também contemplaria a parte de
Regulações, Aspectos de riscos, aspectos legais e requisitos ambientais;
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