Lean
Data Governance: Outro assunto emergente, dentro do tema de Governança de
dados, se refere ao seu encontro com os métodos ágeis. Há uma clara necessidade
de se aproximar os dois conceitos, na medida em que os métodos ágeis facilitam
o desenvolvimento de soluções, mas os dados deverão ser preservados via
políticas, padrões e processos, a fim de se evitar o “data-chaos”, que hoje se
aproxima das empresas. Não interessa o caos de dados, produzido por agilidade. Ambas
as abordagens devem ser importantes para a organização. Scrum, consagrada e com
adoção sem volta , garante desenvolvimentos rápidos e entregas frequentes e precisas.
Entretanto, é fundamental que tais entregas de códigos estejam acompanhadas de
dados corretos. Simples assim.? Nem tanto.. Os métodos ágeis, tradicionalmente
refratários a certos níveis de controle que comprometam a rapidez de suas
ações, deverão abrir espaço para que os aspectos de dados sejam considerados
como um ativo e não como uma peça absolutamente colateral do processo Scrum. Um
ponto de convergência entre as duas abordagens deverá ser buscado, com o apoio
e a aprovação da alta gerência. Conceitos atrelados a um Sprint inicial de dados são possíveis modificações a pensar. Embora os rótulos
“agile”, “lean”, etc estejam na moda, há poucos autores pensando sobre o tema,
quando o cenário é Gestão de dados. Há Scott Ambler, Ken Collier, Lawrence Corr
e Ralph Hughes e os mais destacados que
são : Kelle O´Neal da First San Francisco Partners(empresa de Consultoria,
agora em parceria com John Ladley e a sua IMCue Solutions) e Robert Seiner(da
KIK Consulting). Esses são os que eu conheço e acompanho.
O
primeiro(Scott Ambler) é um velho conhecido da área de Bancos de dados que se
apaixonou pelos movimentos ágeis já no seu nascedouro(quando os primeiros
sinais dos manifestos ágeis foram publicados)
e promoveu o conceito de “Agile Data”, com diversas proposições para a
mistura dos dois genomas(Agilidade e Dados). Entretanto, o foco inicialmente dado por Scott Ambler(veja link http://agiledata.org/)
é muito mais de “Agile Data Base
Governance”, do que “Agile Data Governance”. E isso faz certa diferença, que
deverá ser observada com o devido cuidado. Todas as suas ideias são centradas
na linha de que a “Governança de TI” é a que deve ser a prevalente, e que a de
dados é uma componente dela, como é a de
sistemas, por exemplo. Sua visão, de certa forma, se choca, com os conceitos de dados vistos
como ativo organizacional(portanto pertencente à organização) e não mais um
recurso de exclusividade da TI(anos 60-70-80). Embora a aplicação de preceitos
de agilidade seja válida em projetos de BD, levantando aspectos de aderência para padrões, modelos, metadados,etc, isso
deverá ser costurado e alinhado com
visões acima dos projetos, coerentes com modelos, arquiteturas e estratégias.
Por exemplo, dentro da visão do Release Planning , poderia se ter algo que se
alinhe em níveis de Estratégia de dados. Isso também certamente adicionará na
receita Scrum, novas etapas(sprints, atividades,etc), hoje normalmente
desconsideradas em função da prioridade tempo. Além disso, Scott baseava algumas de suas premissas em pesquisas
antigas(uma mostrada no site, data de 2006, feita pelo Dr Dobbs), portanto já
ultrapassadas em muitas de suas diretivas. Scott Ambler faz afirmações
generalistas que se encaixam perfeitamente no conceito de GD Ágil, mas a sua
essência é claramente voltada para o estágio físico dos dados. Isso deixa
dúvida sobre a amplitude e completude dos conceitos de GD, como se busca nesse
momento. O mundo, hoje, se preocupa com os dados, desde o seu nascedouro (o seu
ciclo de vida, o seu significado via glossário, gestores tomando conta e
ownerships com “accountability”, prestando contas sobre eles) e não somente quando eles se tornam
inquilinos de tabelas relacionais. Nesse momento, sem as devidas observações
acima, os erros de dados já podem ter acontecidos e não tem “recovery”. Ai mora a diferença.
Entretanto, parece haver luzes recentes sobre a necessidade de se aproximar
dados e agilidade. Numa espécie de evolução dos métodos ágeis tradicionais,
estão surgindo novas propostas do Agilismo. DAD(Disciplined
Agile Delivery) e SAFE(SCALED Agile Framework) são duas delas, que certamente auxiliarão nesta
aproximação fundamental de dados e agilidade. Voltaremos depois...
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