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quarta-feira, 6 de abril de 2016

Governança de Dados e a Agilidade-II (continuação)


DAD-Disciplined Agile Delivey

Scott Ambler acaba de lançar em 2015, o seu livro Introduction to Disciplined Agile Delivery(co-autoria de Mark Lines) , chamado coloquialmente de DAD. A ideia é apresentar algumas arquiteturas alternativas à tradicional Agilidade basicona. O objetivo do livro, parece estar marcado pela presença da palavra Disciplined(disciplinado) contido na proposição, mandando uma mensagem que remete a um maior controle, conforme queríamos sugerir. Procura preencher alguns gaps deixados pela camada Ágil tradicional e sugere  quatro possíveis abordagens ou ciclos de vidas, expandindo a visão ágil hoje consolidada, através do uso do eufemismo  “escalando a agilidade”. DAD traz uma mistura de várias abordagens, como Modelagem ágil, Extremme Programming, UP do velho RUP, Kanban, Lean Software development,etc, tudo centrado na visão por objetivos. Os 4 ciclos propostos são:

1-Versão básica do Scrum, enriquecida com genoma do RUP. Contém os aspectos básicos do Scrum, com releases, sprints/iterações, retrospectivas ao final desses pontos, reuniões diárias nos sprints,etc e introduz as fases “rupianas”  de Inception (Concepção) Construction(Construção)  e Transition(Transição);
2-Um ciclo de vida avançado com Lean. Contem a proposição Lean com desenvolvimento contínuo, sem, obrigatoriamente,  os protocolos de releases, sprints,etc do item anterior, que se transformam em opções. Exige claramente maior controle da equipe;
3-Um ciclo de vida de entrega contínua. Contém ênfase na entrega contínua e pode ser visto como uma decorrência/extensão  natural do ciclo anterior, casado com os aspectos  atuais de DEVOPS, fincado nas premissas de desenvolvimento, testes e integrações continuas;
4-Um ciclo de vida exploratório, baseado no lean-start-up . Contém elementos para uma  abordagem quando não se conhece claramente os problemas a serem resolvidos  e portanto nem as soluções imaginadas. Favorece experimentos e laboratórios, minimizando investimentos em soluções e priorizando a descoberta. É a base das ações de P&D já existentes nas empresas;

Essas novas visões do agilismo poderão contribuir para um encaixe maior  com a gestão de dados necessária. Na fase de Inception, os aspectos de dados poderão ser amplamente discutidos, como por exemplo  a criação de modelos de dados de domínios, alinhando-os com direções estratégicas de dados já definidas em níveis acima.
A proposição de Ambler, por ter tido certa moradia na IBM(onde ele atuou por um  período e também pela incorporação de genoma do RUP), acabou deixando espaço para a criação de algo mais neutro, mas que mantém o mesmo sabor de proposta. Dessa forma, surgiu o SAFE, uma nova proposta com visão mais corporativa, centrada nos mesmos princípios de visão organizacional, mas sem reminiscências da IBM.

SAFE-Scaled Agile Framework

Enquanto o Scrum era considerado algo mais focado na construção, o Safe-Scaled Agile Framework se volta para a empresa, numa visão organizacional. A visão mostrada no link –  scaledagileframework.com  -   permite claramente a observação de novos elementos que trazem um conteúdo mais estratégico, necessário para se colocar a agilidade em consonância com aspectos de negócios e por consequência, com os de dados, centro das nossas discussões nesse pedaço aqui.  Nitidamente se observam três grandes camadas. Na primeira camada(chamada Portfólio)  há a tradicional gerência de Portfólios, com  “temas”  estratégicos(lembre-se que em Agilidade, “Temas e Épicos” são sinônimos de requisitos em granularidades diferentes), há owners de épicos(requisitos de alto nível, onde dados deverão ser considerados), há a presença do arquiteto corporativo(onde a arquitetura de dados deverá ser considerada), há épicos de negócios(requisitos de negócios, que se associam com requisitos de dados), há épicos de arquitetura(requisitos de arquitetura, onde também entram as arquiteturas de dados), backlog de portfólios  e há uma nítida visão do planejamento dos releases.  A camada seguinte (denominada Programa) se apresenta com a Gerência de Produtos, com roadmaps (no mineirês, oncotô-proncovõ), a Gerência de Releases com épicos de programa(requisitos daquele conjunto de projetos/releases), há portfólio de programas, etc. Na terceira camada, chamada de Equipe(Team), chegamos aos ciclos de iterações (sprints)  hoje conhecidos dentro do Scrum tradicional. Há as equipes ágeis, a figura do PO, do Scrum Master, dos desenvolvedores e testadores e as estórias encaixadas nas iterações.

Conclusão: Embora as palavras gestão de dados, governança de dados,etc não sejam explicitamente citadas nesses novos frameworks que estendem o Agilismo, não há dúvida, que há um novo espaço para se discutir em conjunto,  o cruzamento dessas duas linhas fundamentais(Agilidade e Dados). A Agilidade não pode prescindir da Gestão de dados. A figura 01 mostra uma possível visão de Scrum com uma camada superior onde aspectos de dados deverão ser considerados.



Um comentário:

  1. Very good! Eu não sou entusiasta de agile. Apenas me atento para o que esta metodologia pode melhorar o dia a dia de quem trabalha com software. Encaixar dados a esta atmosfera só tem a somar para quem já pratica. Abs!

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