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sábado, 24 de setembro de 2011

BI2-Big Data-Parte III- Relatório da McKinsey Global Institute-Maio/2011


Foi publicado em Maio de 2011, uma detalhada análise dos efeitos do Big Data nos diversos segmentos de negócios, para os próximos anos. O trabalho  Big data: The next frontier for innovation, competition and productiviy, foi elaborado pelo MGI_Mc Kinsey Global Institute, braço de pesquisa da conceituada McKinsey, com dois focos diferentes; um econômico e outro gerencial, tentando moldar as influências desse novo conceito nos domínios da economia e dos negócios. Na realidade, a percepção sobre Big Data deve ser em vista em duas direções: a de causa e a de efeitos. O fenômeno Big Data, será a “causa”  de melhorias analíticas aplicadas na busca de informações e de conhecimento e será “efeito” de uma série de novos processos e necessidades de negócios, estendidas para domínios, antes não observados.
Os dados produzidos pelas empresas, centrados nos seus clientes, fornecedores, colaboradores, etc se juntam aos produzidos por milhões de sensores espalhados em celulares, carros, câmeras, etc para criar , em altíssimo volume, o conceito de Big Data. Os dados, sejam “big” ou não, cada vez mais se transformam em ativos fundamentais das empresas e se alinham com outros fatores de produção, como ativos fixos e capital humano nas atividades econômicas modernas e nas engrenagens de crescimento e inovação.
O foco desse relatório se firma no valor agregado que esse novo tipo de insumo pode trazer para as organizações ou setores da economia e tenta, de certa forma, quantificar o seu valor.
O trabalho foi desenvolvido pela equipe McKinsey e contou com a valiosa colaboração da Academia, na figura das Universidades de Califórnia, San Diego, através do seu Centro Global para Informação da Indústria (Global Information Industry Center), além de figuras importantes envolvidas na área de informação da Universidade Berkeley, do conceituado MIT e outros.
Alguns pontos importantes apontados no relatório da McKinsey indicam a propensão de algumas áreas como potencialmente influenciadas/influenciadoras do conceito de Big Data.
Área de Administração Pública:
         Na Europa, nesse segmento, são  estimado gastos de   250bilhões de euros/ano;
         O conceito de Big Data influenciará na facilidade de atendimentos, como pré-preenchimento de dados em documentos(Imposto de renda, por exemplo), devido à maior amplitude de informações existente ;
         Permitirá a exposição de variações de efetividade entre diferentes unidades públicas de atendimento, buscando maior produtividade e qualidade dos serviços;
         Permitirá uma melhor segmentação de público visando maior efetividade no seu  atendimento. A Agência Nacional de Empregos da Alemanha, por exemplo, reduziu gastos em 10 bilhões de  euros/anuais, depois de melhor classificar os seus  “clientes”, ou em outras palavras os “desempregados”;
         O crescimento do conceito de Big Data impulsionará também a aplicação de algoritmos automáticos para realizar revisões de documentos;
         O conceito também facilitará mecanismos públicos de transparência de gastos, como o existente na Inglaterra e acessível em   www.wheredoesmymoneygo.com
Localização pessoal:
         Com o crescimento dos “devices” portáteis será incrementado o Mobile marketing, ou seja aquele que permite que , pelo seu GPS, você receba uma oferta, por message ou e-mail, etc, quando estiver “ fisicamente” perto de uma loja, ou defronte a vitrine da loja em promoção. Isso incrementará as ações baseadas na localização, visto que você agora é um conjunto de bits portáteis;
         Também aparecerão/aumentarão as oportunidades de uso dos celulares para “mobile” shopping, de onde você fará a transação comercial, autorizando o débito na sua a operadora de cartão.
         Além desses pontos, também dados originados das formas mais “esquisitas” aparecerão. Por exemplo, a empresa SecureAlert tem como negócio acompanhar os movimentos dos presos que estando em liberdade condicional, carregam aquela espécie de tornozeleira digital(ankle cuffs), um tipo de GPS, que envia os dados de sua localização. Nos EUA há em torno de 15000 pessoas nessas condições. Os seus passos, ou a sua aproximação indevida de pessoas/localizações definidas(devem ficar em casa ou não podem se aproximar de desafetos, testemunhas  registradas no processo de liberação, por exemplo) são monitoradas. Esses bilhões de sinais enviados são analisados, visando o cumprimento da legislação e criando o que sugeria , no filme Minority Report,  o conceito de  “crime prognosticators”, ou seja a inferência de que algum problema potencial possa ser criado. Inclusive há a possibilidade de interferir no comportamento, através do envio de um sinal sonoro(alarme) que pode agir como “freio”, antes de avisar as autoridades competentes a respeito daquela violação. Esse “analytics” de comportamento exige o armazenamento de Big Data e por consequência um tratamento rápido desse gigantesco volume de dados.   Outro exemplo de aplicações de localização, embora não pessoal é o da empresa XPress Enterprises. Essa empresa, uma das maiores no segmento de caminhões nos EUA, tem uma frota de mais de 10.000 unidades.  Cada caminhão, dotado de sistema de rastreamento, que registra informações diversas sobre consumo de combustível, uso de freios, uso do ar condicionado, locais de descansos dos motoristas etc, além do posicionamento georeferenciado do veículo. Todos esses dados, claro são submetidos a um intenso tratamento analítico, que em última análise, tenta otimizar o custo de cada viagem. Num desses estudos, a empresa conseguiu a redução de custos de US$24 milhões/ano, através da monitoração das temperaturas ambientes da cabine, com uma diminuição de consumo de combustível. 
Varejo:
         O Big data incrementará o chamado  “Cross selling”. Observe que 30% das vendas da Amazon vem daquela observação singela que te cerca sempre nas compras on-line:“Quem compra esse..., também compra .........”. Isso é o “ cross-selling”, que será cada vez mais aprofundado com a maior de quantidade  de informações registrada a respeito de cada um de nós;
         O chamado “marketing baseado em localização”, conforme visto no item de localização pessoal(geoposicionamento) alavancará as vendas de varejo;
         A análise de comportamento “in-store”, permitindo uma análise instantânea do seu perfil de comprador quando você entrar no supermercado e passar o seu ID no carrinho de compras, por exemplo;
         A evolução do CRM, com a micro-segmentação de clientes(chegando quase ao nível de personalização, ou o chamado CRM 1:1);
         A evolução da análise de comportamento( chamada de “Sentiment Analysis”, ou BHI-Behavior Intelligence, com a extensão de ferramentas de BI, mining e “analytics”  a domínios ainda inexplorados;
         O conceito de Big Data também permitirá a otimização de estoque(Assortment optimization), otimização de preço, otimização de prateleiras e de localizações, etc;
         Aparecerão claras melhorias em operações de “Supply-Chain”  com consequentes ideias novas sobre modelos de negócios.
Saúde:
         O Health Care, programa de saúde pública nos Estados Unidos,  é estimado em cerca de  US$300 bilhões por ano ;
         O uso de Big Data permitirá uma melhor correlação entre cooperado, operador de serviços de saúde, tratamentos, medicamentos, procedimentos etc visando a uma maior efetividade operacional (redução de custo , maior produtividade e ganho );
         Será incrementada a pesquisa sobre a efetividade de tratamento, com o aparecimento/evolução de sistemas de suporte a decisão clínica(evitar prescrições incompatíveis com dados históricos do paciente), permitindo maior  transparência sobre dados médicos;
         O conceito de Big Data será influenciado/influenciará ações de monitoração remota de pacientes(sensores) e a análise permitirá aplicação de mineração avançada sobre perfis de pacientes(analytics com segmentação de pacientes, com maior risco/propensão a certas doenças), incrementando o campo da análise preditiva;
         O relatório da McKinsey pode ser obtido na referência:
Outras referências:
Data Analytics: Crunching the future-Ashlee Vance. Bloomberg Businessweek, publicado em 08/09/2011 e acessado em 15/09/2011, através de www.businessweek.com

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