Pense no seguinte: O mundo experimenta um
crescimento de negócios e parceiros, mercados e
oportunidades, produzindo um maior volume de dados tradicionais, ou
seja aqueles "estruturados", residentes em bancos de dados, planilhas
etc e com os quais sempre trabalhamos.Arquivos de clientes,
convênios, conveniados, equipamentos etc continuarão a crescer. OK...Por outro
lado, também os dados semi-estruturados ou não estruturados começam
a explodir. Aos dados estruturados de uma ficha médica, por exemplo, se juntam
dados "não estruturados" de imagens, ou textos de receitas ou
resultados de exames daquele paciente. Ao lado de uma ficha de cliente, podemos
ter fotos suas ou dos produtos de sua preferência. Dentro do celular que você
usa tem dados estruturados como os endereços, contatos, telefones
etc mas também tem um conjunto de músicas de sua preferência, além
das fotos dos filhos e netos. Assim, o Big Data está surgindo também em função
de novos domínios de interesses da sociedade, que começamos a consumir com
avidez, em função das facilidades crescentes da internet e das benesses da
portabilidade . Por exemplo:
· Há hoje no Brasil,
por exemplo, mais de 220 milhões de celulares, ou seja temos,
em média, mais de um celular por habitante. Cada ligação
efetuada pode ser entendida como um fluxo de informações que deverá ser
registrada, por um certo tempo e conterá no mínimo informações do número de
origem, do número chamado, estampa de data/tempo, além
de informações operacionais. Calcule o número de ligações efetuadas
e imagine a sombra dos “exabytes” se aproximando. Esses são os dados
estruturados. Agora imagine o número de fotos, músicas, e-mails, torpedos etc
que eles nos permitem produzir ou portar ;
· As empresas, com site
na nuvem, que tentam entender o comportamento do seu “business” usam mecanismos
de detecção de atitudes do seu visitante. Empresas de buscas, como
Google, Yahoo, ou empresas de marketing digital, especializadas em “ads” na
internet, tem a necessidade de registar o “clickstream” de um visitante num
site. É importante entender o comportamento daquele internauta quando passeia
pelos corredores virtuais (páginas) daquele site. Imagine o número de cliques
que acontece num segundo em toda a nuvem. Esses cliques deverão ser registrados
com uma série de dados, passando por endereço IP que efetuou o clique, a URL
acessada, a URL de origem(veio de um buscador, ou entrou direto, via HTTP://),
a sempre necessária estampa de tempo, etc. Bilhões de clicks são produzidos num
dia na nuvem e essas dados embutem informações preciosas. E o mais importante:
deverão ser armazenados e analisados;
· A produção de imagens
e fotos, via câmeras ou celulares, tem tido um crescimento exponencial nesses
dias de smartphones e tablets. Os agentes de segurança em vários
países do mundo usam as imagens de câmeras digitais armazenadas em
dispositivos de empresas ou de prédios residenciais para ajudar nas suas ações
investigativas. A Polícia Militar de SP já tem planos de conectar as suas
centrais de segurança com os sistemas particulares de prédios e empresas,
mediante autorização, claro, de forma a integrar suas ações de prevenção em
segurança pública. Assim, os dados não estruturados, provenientes de imagens e
fotos que se convertem em bits estão na pauta crescente do Big Data;
· O crescimento de
sistemas de análise digital de imagens médicas tem também sugerido um aumento
exponencial de Big Data na área de saúde. Equipamentos e softwares têm sido
desenvolvidos para atuar de forma integrada nos exames de imagens, com
possibilidade, cada vez maior, de aplicações de algoritmos de mining no apoio
às interpretações de imagens. Módulos e bibliotecas, cada vez mais precisas,
tem sido desenvolvidas objetivando melhorar os aspectos analíticos de imagens
médicas, como localização (onde se situa precisamente um tumor, por exemplo),
metrificação/cálculo de superfícies e volumes(qual a dimensão e o
volume de uma próstata afetada, por exemplo), separação de bordas(especificação
mais precisa de onde começa, por exemplo, um tecido sadio e onde se inicia uma
parte afetada). Esse crescente aumento de dados nos sistemas de saúde, seja
público ou privado contribuirá muito para a expansão do Big Data. Em BH, por
exemplo, a expansão é clara: a chegada de novos operadores de saúde como Amil,
A+, a expansão de empresas tradicionais no mercado (Pardini Imagens) são
sintomas do aumento da produção de dados e informações, no contexto do Big
Data;
· Também está previsto
para 2014, dependendo de aprovações das autoridades, a liberação do uso de
“smart pills”, ou seja cápsulas contendo microchips, capazes de coletar
informações intracorpóreas e transmiti-las para o celular do
paciente. Isso permitira uma observação e consequentemente ações
mais precisas sobre dosagem de drogas anti-rejeição, no caso de transplantes,
ou mesmo detecção de condições fisiológicas gerais, como temperatura etc. O
projeto pioneiro foi desenvolvido pela Proteus(empresa de biotecnologia
americana) e custeado pela gigante suíça da indústria farmacêutica,
Novartis, a um custo aproximado de US$25 milhões. Assim, os dados serão também
produzidos, enviados e armazenados a partir do interior do corpo humano, numa
espécie de instanciação do filme Viagem Fantástica, sucesso da década de
60;
· Para fechar: O Big
Data estruturado já existia, na forma de Bancos de dados, Datawarehouses,
Datamarts etc e agora são volumes relativamente pequenos se comparados às suas
contrapartidas não estruturadas, em crescimento hiperbólico. Prepare-se, pois
em função da sociedade digital, qualquer fonte de dados, por mais particular
que possa ser, carregará um conjunto de informações que poderá ser interessante
do ponto de vista pessoal, de negócios, ou de comportamento /
“sentimento”. Você e seu "entorno" são bits valiosos....
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