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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

To pay a monkey

Segundo o professor Ronaldo Pimenta, no seu livro “A casa da mãe Joana” , a palavra “bisonho” foi originada no século 16, quando soldados espanhóis chegaram à Itália em grande penúria e em precaríssimas condições. Os espanhóis então apropriaram a palavra do italiano, que significa precisar (ho bisogno-eu preciso) e deram a ela o sentido de necessitado de ajuda e de comida, carente, sem condições, etc.. Por sucessivas lapidações semânticas, a palavra acabou, em português com o sentido que hoje possui.:inexperiente, inábil e principiante. A revista Business2.0, recentemente publicou uma reportagem que conta os 101 momentos mais bisonhos da indústria americana(informática incluída) e que mostra, sob a forma de escorregões, que os grandes também deslizam.Alguns deles merecem a sua atenção:
Uma grande marca de roupas esportivas, com uma fruta no nome e no logo, que já esteve pelo Brasil também, planejou um lançamento revolucionário de moda , atraindo investidores com muitos dólares e pouco cuidado. A empresa lançou , como novidade, os figurinos da nova linha, todos com uma numeração dois pontos abaixo do padrão convencional. Ou seja, tentaram inventar a roupa que não servia. Resultado: A companhia quebrou depois de um índice de devolução de 80%, causando, sem nenhum trocadilho, o que se chamaria no Brasil, de uma verdadeira saia justa....
Os executivos de uma grande rede mundial de lanchonete (hambúrguer), encontrada também por aqui, foram convidados a participar de um treinamento moderno de “empowerment”, daqueles que melhoram os bolsos dos seus inventores e nada acrescentam ao perfil dos que o praticam. No caso, até que acrescentou...Depois de breve estadia pela selva, foram internados com queimaduras de primeiro e segundo graus nos pés, após caminharem por fogueiras acesas, objetivando o desenvolvimento de “skills” para vencer obstáculos e circunscrever desafios. O manual de empowerment, não deixou claro se as opções por rare (mal passado) ou well done(bem passado), diferencial nos atendimentos da rede, tinham a ver com os graus de queimaduras acontecidos....
O artigo segue enumerando “micos” interessantes, que envolvem desde o criador do Netscape(Marc Andreessen), quando lançou a sua nova companhia, num IPO em março de 2001. Diferente da primeira empresa, na época do frisson IPO, quando as ações da Netscape dobraram de valor nas primeiras horas, no último, os papéis lançados a US$6, fecharam o dia a US$2,45. O nome da empresa LoudCloud, talvez diga algo. Significa nuvem barulhenta, espalhafatosa.. Não deixa de ter sentido..
A Enron, falecida maior empresa de B2B do planeta, mereceu 15 citações no artigo, todos com o sugestivo título de “Houston, we have a problem”. Num deles é citada a entrevista emocionante da esposa do CEO da Enron, quando às lágrimas, falava da situação financeira complexa, por que passavam, por somente terem ações da companhia em bancarrota. Isso antes de ter sido revelado as reais posses do casal : US8 milhões de dólares em ações de outras empresas e minguados US20 milhões em imóveis. No outro, a revista cita, num grande exercício de fair-play, o fato de que o CEO da finada tinha sido a capa do número de setembro de 2001, como símbolo da “revolução digital” daquele ano, pouco antes do início das descobertas de suas ficções fiscais, onde a bem da verdade, revolucionou os dígitos... A própria revista que publicara a reportagem dos “101 dumbest moments in business” , acabara de exercitar e reconhecer o que no Brasil , chamamos de “to pay a monkey”.

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