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sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Referências bibliográficas em BI





Livros:

Numerati-Stephen Baker-Ed.ARX
Fala sobre as diversas técnicas em desenvolvimento, visando mapear os perfis, atitudes, grupos,recursos humanos, clientes,etc através da análise do comportamento digital(internet) da sociedade
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CLICK-Bill Tancer-Editora Globo
O que milhões de pessoas estão fazendo on-line e por que isso é importante. O comportamento do mundo na internet. Os dados e seus tratamentos
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No Place to hide-Robert O´Harrow, Jr
Em inglês, fala sobre a poderosa indústria da informação confidencial nos EUA, detentora de grande volume de dados privados sobre cidadãos americanos
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Business Intelligence-Um enfoque gerencial para a inteligência de negócios- Efraim Turban,Ramesh Sharda,Jay Aronson e David King-Editora bookman
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BI-Business Intelligence-Modelagem e Tecnologia
Carlos Barbieri(esgotado)-falar com o autor(eu mesmo)
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Internet: Sites sobre BI,DW,Data Mining
http://www.daniel-lemire.com/OLAP/index.html
www.intelligententerprise.com
www.teradata.com
www.dmreview.com
http://www.information-management.com/
http://www.b-eye-network.com/
www.acxiom.com
Site de: oracle, microsoft,the datawarehouse institute, etc
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Outras palavras chaves a serem pesquisada no google:
DmReview
B-eye-Network
SearchCIO.com [SearchCIO@lists.techtarget.com]
IBM Database Magazine [db2@news.db2mag.com]
Intelligent Enterprise Blogosphere [IE_Blogosphere@news.intelligententerprise.com]
info@diveintoyourdata.com
ITtoolbox BI-Doers [ITtoolboxNewsletters@ITtoolbox.com]
Dimensional Insight [info@dimins.com]
Aberdeen Research [Aberdeen.Research@aberdeenreport.com]
Teradata [info.teradata@ncr.01o.com]
http://NCR.01o.com/ajtk/servlet/JJ?T=hr46i&R=295105298
Teradatauniversitynetwork.com [info.teradata@teradata.com]
Artigo: Math will rock our world-BusinessWeek,Jan/2006

Entrevista sobre BI- Revista Fonte-Prodemge

Perguntas a Carlos Barbieri- Entrevista dada à revista Fonte-Prodemge 2. Semestre de 2006

1. Quais são as tendências mundiais no uso de tecnologias de BI? Observando o mercado, quais são as perspectivas para o crescimento e para a diversificação no uso dessas tecnologias?
Resposta: Depois de ficar estacionada desde o seu início nas áreas de varejo, marketing, finanças e correlatas, a tecnologia de BI se expande em direção a novos segmentos de aplicações: As aplicações de BI nas áreas de Biologia, de tratamento de dados não estruturados, como documentos e e-mail e a especialização em informações de auditoria, apoiando as aplicações no campo de SOX(Sarbannes Oxley) são as novas tendências desse tipo de tecnologia. As tecnologias acessórias de BI, como Mining, qualidade de dados, ferramentas de extração e produtos de visualização de dados, continuam, por sua vez, numa trilha de evolução constante . Na área de web, os chamados Webhouses continuam em passo lento, com algumas evoluções, como a livraria virtual Amazon, que acaba de trocar seu banco de dados de clickstream (controle de clicks de um usuário por entre as páginas web de seu aplicativo), por um DW de 25 terabytes, buscando uma melhor forma de rastrear os passos de seus clientes nas andanças pelas suas prateleiras virtuais . Outra tendência que se consolida é o chamado BI operacional, ou a aplicação dessa tecnologia em dados mais próximos do dia a dia, tentando preencher um vazio que as ferramentas de consulta a Bancos de Dados não conseguiram e que se torna importante nas empresas. Essas aplicações de BI, digamos, instantâneo, chamadas de tempo real, focam em segmentos de negócios onde a distância entre o fato acontecido e a informação a seu respeito deve ter uma latência próxima de zero, pois o tempo para tomada de decisão é curto. Isso acontece em segmentos de call center, por exemplo, ou em empresas , onde o controle e o remanejamento de estoques é fator crítico. No campo das investigações e pesquisas, o BI deverá evoluir em conjunto com a gerência de conhecimento e suas próximas fronteiras, como gerência do entendimento(understanding manegement) e gerência da sabedoria ou intuição(wisdom management).
2. Decisões dependem não só da qualidade das informações disponíveis, mas também da capacidade do gestor de interpretá-las e usá-las na escolha das melhores alternativas. Na sua opinião, quais são as competências desejáveis ao executivo (usuário) num projeto de BI?
Resposta: BI é uma tecnologia de transformação e não solicita nada de especial de os seus consumidores de informações, a menos de certa destreza na pilotagem de ferramentas de interface gráfica e um senso analítico agudo nas suas interpretações. Esse “insight”, entretanto hoje já é muito ajudado pelas metáforas visuais que muitos produtos oferecem, como velocímetros, com ponteiros mostrando faturamento, ou gráficos coloridos de todos os formatos e sabores apontando tendências e fatos. Para aplicações mais sofisticadas, como análise preditiva, as técnicas de Mining já exigem um pouco mais de conhecimento dos seus usuários, por certa demanda de conhecimentos estatísticos.
3. Em que medida uma organização tem que adequar previamente seus processos e procedimentos para implantar a tecnologia de BI?
Resposta: Como já falei anteriormente, BI é meramente uma tecnologia de transformação e de análise. Transformação, no sentido de trabalhar as montanhas de dados que foram empilhadas durante décadas nos Bancos de dados transacionais e transformá-las em cubos ou estruturas dimensionais mais palatáveis e consumíveis por camadas táticas e estratégicas da empresa. Sendo assim, uma organização que caminha em direção a BI deve fazer algumas perguntas óbvias: Quais os meus objetivos diretos com essa adoção? Tenho os dados necessários para atingir os objetivos, ao transformá-los em informação? Se a empresa responder de forma convincente essas duas perguntas, os outros passos dependerão de fatores triviais, embora críticos, como investimento, apoio da alta direção e algum conhecimento ou busca da técnica e da tecnologia.

4. O desenvolvimento de um ambiente de BI traz impactos à cultura da organização? Que orientações o senhor daria para facilitar a assimilação da tecnologia, especialmente em organizações públicas?
Resposta: Não entendo que a técnica de BI traga uma mudança cultural, abrupta mas sim é fruto de novos momentos, onde as informações são demandadas com maior liquidez. BI pode ser vista como uma evolução das aplicações de bancos de dados, comuns desde os anos 80, que alcançaram os objetivos de armazenamento de dados, mas não o de provimento amplo de informações. As organizações públicas ou privadas que desejarem ingressar neste novo momento, deverão responder as 3 perguntas feitas no item anterior e decidir seus caminhos em função de suas respostas. Deverão atentar para os seu objetivos, conscientemente definidos, os dados já estocados na organização ou os que eventualmente precisam ser buscados no mundo exterior, e criar a disposição de comprometimento com um projeto que pode ser complexo e longo.

5. Considerando a intangibilidade do valor da informação, como o executivo pode perceber as vantagens de investir em BI, uma tecnologia que exige investimentos consideráveis? Especialmente no setor público, onde os recursos são de forma geral escassos, como equacionar essa questão?
Resposta: O grande direcionador de BI se deu com o aumento de competitividade das empresas, que decidiram conhecer melhor os seus clientes e seus hábitos (chamado de BI analítico), criando assim, uma ferramenta que ajudasse na capacidade de mantê-los cativo. Isso evoluiu para á área financeira, com análise de perfis de riscos, etc. Ou seja, a essência de BI surgiu , tendo a competitividade como mote. As empresas públicas, pelas suas características não vivenciam diretamente os aspectos de competitividade, pelo menos até agora. Sendo assim, o BI aplicado nas empresas públicas deve ter um foco mais qualitativo, no sentido de melhorar a informação daquele tipo de serviço ou consumidor e se aprimorar, se não pelo medo do , mas pelo sentido de bons serviços a oferecer. Os projetos, nas empresas de menor oxigênio em investimento, devem ser cuidadosos, primando sempre pela criação de depósitos (datamarts) setoriais de informação , factíveis de implementação em menor prazo e possíveis de sucesso em certos segmentos da organização, com um investimento relativamente menor.

6. Que cuidados especiais são recomendados na implantação da tecnologia de BI em organizações públicas, considerando-se suas peculiaridades em relação às organizações privadas: mesmo grau de exigência dos contribuintes e limitações próprias do setor.
Resposta: A última parte da resposta anterior serve como resposta para essa questão

7. Como compatibilizar a administração dos recursos tecnológicos e dos recursos humanos no desenvolvimento de uma cultura de BI?
Resposta: Da mesma forma que se administra a introdução de qualquer tecnologia, observando que é fundamental : a)Ter objetivos bem definidos para se formar uma base sólida, longe de modismos voláteis, b) Iniciar com um forte comprometimento da alta gerência e com a criação de motivações pelos novos desafios c) Prover e incentivar a qualificação das pessoas na tecnologia recém introduzida

8. Comente a afirmação de Davenport de que a ecologia da informação “devolve o homem ao centro do mundo da informação, banindo a tecnologia para seu devido lugar, na periferia”.

Resposta:Entendo que Homem e tecnologia estão condenados à uma vida conjunta, até o fim dos tempos. Com o crescimento populacional e a crescente demanda por comunicação, lazer,prazer, fazer, e porque não, viver, dificilmente essa dupla estará divorciada, a menos de puristas ecológicos e ermitões conceituais, que cultivam uma solidão encenada ou se apaixonam por platitudes de momento.

9. Como quantificar o valor da informação no contexto empresarial, relacionando-a com outros recursos da organização?
Resposta: O conceito associado ao valor da informação vem de muito longe, mas nunca teve uma cotação tão efetiva como agora, justamente na era, dedicada ao seu conceito. Entretanto, ainda persiste uma grande dificultar em se metrificar o seu valor . Por ser absolutamente intangível, e somente materializada por volumes de petabytes, o valor da informação tem sido motivo de propostas diversas, que possam expressar o seu real valor agregado. Uma das mais interessantes é a concebida por Bernard Liautaud, fundador da BO(Business Objects), que se utilizou dos conceitos de Bob Metcallfe para redes ethernet e definiu escala de valoração para a informação . Para os interessados, ver a referência : e-Business Intelligence-Benard Liautaud, with Mark Hammond, editora McGraw Hill, 2001

10. Que elementos o senhor considera determinantes para o sucesso de um projeto de BI?

Resposta: Apoio da alta gerência, objetivos firmes e definidos, boa camada de tecnologia à disposição e cuidado em se evitar projetos agigantados, pois esses têm quase sempre, o seu obituário definido antes de começar.

11. E que fatores apontaria como eventuais responsáveis pelo fracasso na implementação de um ambiente BI?
Resposta: A inobservância dos pontos acima definidos

12. Qual a sua opinião sobre a questão ética em ações de mercado baseadas na análise e uso de informações relativas a clientes e empresas?

Resposta: Esse é um aspecto cada vez mais tratado com cuidado em sociedades, onde os valores de ética são considerados relevantes e praticados. Nos EUA, o uso de informações de empresas aéreas sobre viagens e viajantes nacionais e internacionais foi amplamente questionado, como ponto flagrante de quebra de privacidade. Embora, em nome de uma causa nobre (prevenção anti-terrorista) , diversos movimentos questionaram e até anestesiaram, em certo grau, tais iniciativas. No Brasil, onde a ética e o saco de lixo se encontram com freqüência, há muito tempo, diversas editoras de revistas vendem(ou vendiam) o seu cadastro de assinantes, como base para produção de mala direta, num flagrante desrespeito aos conceitos da confidencialidade . Hoje o comércio de endereços de mail substituiu essa prática e pode ser obtido sem grandes dificuldades nos labirintos escuros da internet. Os depósitos de BI podem conter um grande volume de informações sigilosas, que vão desde o perfil de saúde de um cliente de planos assistenciais, até apontadores de inadimplência de tomadores de empréstimos. Diferentemente dos bancos de dados tradicionais, onde essas informações poderiam estar espalhadas por entre tabelas relacionais difusas, nos DW(DataWarehouse ou DM(DataMarts) elas podem se encontrar consolidadas e relacionadas ao tempo. Isso, sinaliza para um cuidado maior neste particular.
Recentemente, os jornais noticiaram, que diversos cadastros, ou partes deles oriundos dos bancos de dados estratégicos de órgão públicos federais podiam ser obtidos nas esquinas da Praça da Sé em SP. . Pensando bem.... num país como o nosso, onde até urânio é suspeito de enriquecimento ilícito, esses aspectos estão no longe de serem prioridades com valores importantes.

13. O tempo é elemento determinante na tomada de decisões num mercado dinâmico e competitivo. Como compatibilizar essa necessidade com o período necessário à implantação de um projeto de BI?

Resposta: Os aspectos temporais e fatores críticos para se criar uma solução de BI já foram discutidos em questões anteriores. O tempo, no aspecto de dimensão fundamental no uso de BI, está associado ao conceito de BI-Real Time. Os conceitos de BI-Real Time centram na idéia de se conectar estruturas relacionais existentes ou depósitos de informações transacionais, às camadas de utilização através de interfaces dimensionais amistosas. Essas soluções híbridas, entretanto tem sempre o dom de resolver parte dos problemas, mas produzir outros, ficando, assim o seu usuário, na posição de analisar a sua efetividade, fora dos anúncios e da oratória dos vendedores.

14. As peculiaridades do desenvolvimento de um projeto de BI e de suas ferramentas podem ser acolhidas pela estrutura tradicional de TI de uma organização? É recomendável a existência de uma área específica para essa finalidade?

Resposta: Houve uma época, nas décadas de 80 e 90, que as empresas criaram estruturas organizacionais voltadas para a administração de dados, espécie de vizinhos conceituais de porta dos DBA’s(administradores de bancos de dados). Essas estruturas foram sendo pulverizadas, na medida em que o surto de ERP(pacotes aplicativos prontos) chegou às empresas, especificamente na virada do milênio. Como os pacotes já vinham pré-cozidos e com os seus modelos definidos de fábrica, nada restava para se administrar de dados, a menos de seus inputs e de seus relatórios de saída. Essas áreas, ou o que remanesceu delas são, na minha opinião, fortes candidatas a assumirem o foco de administração, agora de informações e de conhecimento, numa nova fronteira que se avizinha. Nessa área, estariam os analistas e projetistas de informação, centrados nas premissas de BI.

15. Qual a formação recomendada a profissionais que atuam especificamente com BI?

Resposta: Os profissionais de BI devem ter senso analítico profundo, conhecimentos de estruturas e modelos de dados(relacionais e dimensionais) e habilidade em ferramentas de interfaces e de extração de dados

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Mensagem aos formandos de CC-2009-Fumec

Mensagem aos formandos da Ciência da Computação-Fumec-2009

No jornal do domingo, dia 24 de Maio, duas notícias chamavam atenção pelo contraste:

1) O ex-presidente da Coréia do Sul, havia se suicidado no dia anterior, depois de 5 anos de mandato. Acusado de envolvimento com corrupção(teria recebido milhões de dólares de uma empreiteira), suicidou-se envergonhado, se atirando de um despenhadeiro, deixando uma carta sobre o seu ato... Fosse isso uma mania por aqui, estariam bilionárias as indústrias dos jazigos e dos crematórios;
2) Logo abaixo, vinha a outra notícia: A Petrobrás, maior empresa brasileira, gastou mais de R$600 milhões de reais com ONG´s suspeitas e fantasmas, que recebiam dinheiro , sem qualquer fiscalização ou necessidade de comprovação de gastos.Milhões desviados da maior empresa brasileira, na calada da noite e sob o beneplácito da nossa eterna mansidão bovina...

Que país é esse em que vocês vivem, perguntaria atônito, um marcianito, que por aqui descesse :

Um pais que teve Pelé,Garrincha e Tostão, mas vive sendo driblado por políticos oportunistas, governantes corruptos e juizes lenientes.
Um país que teve Airton Senna e tem Felipe Massa, mas sempre chega nos últimos lugares nos grandes prêmios pela honradez e pela honestidade ;
Um país que teve a irmã Dulce, mas que considera otários os que pagam seus impostos em dia, respeitam as filas, agem com decência. Um pais em que os honestos e os com retidão de caráter se sentem, as vezes, acuados e ruborizados ;
Um país que teve juristas como Rui Barbosa, Raimundo Faoro e Sobral Pinto, mas que tem uma justiça cuja lógica deixa atônitos os bueiros e as sarjetas da Rua da Bahia.
Uma justiça que condena uma pobre senhora viúva que cuidou de um papagaio que lhe caiu no terreiro, no Alípio de Melo e que se transformou na sua única companhia de vida. Foi condenada implacavelmente pelo crime inafiançável de tráfico de animais silvestres. Justiça rápida e expedita, mas que se torna tetraplégica quando falamos de banqueiros poderosos, governantes comprometidos e de delinqüentes políticos de bigode acajú .

Sou da época em que crack era Pelé,Tostão e Rivelino, em que bala perdida era o caramelo esquecido sob a carteira do ginásio e que ato secreto era o encontro furtivo com a outra namorada....

E porque essas colocações talvez incômodas e ácidas, nesse domingo de festas e de celebração? Por que vocês, meus caros formandos da nossa Fumec, são e serão sempre parte integrante de uma frota de novas esperanças. Por aqui se cultiva valores como formação, família, caráter, retidão e competência, insumos necessários para mudarmos esse patropí esquisitão. E você provaram ter isso.Vocês representam o desejo renovado da opção pelo correto, pelo justo e pelo digno.

A esperança cíclica de que uma nova safra de brasileiros, formados e centrados em valores diferentes dos atuais , possa mudar algo de substancial neste pais produzindo gestos, atitudes e mudando conceitos, que nos tire definitivamente, do anedotário da história.

sábado, 22 de agosto de 2009

A IBM e os novos caminhos do BI-2009

A IBM anunciou em julho/2009, a compra do produto SPSS, por 1.2 bilhão de dólares. O produto focado para a área de análise preditiva deverá forçar a IBM a tomar uma decisão sobre um outro produto já existente na família: O Intelligent Miner. O caminho do Intelligent Miner será, provavelmente, o de perder o seu status solo e se incorporar às trincheiras do DB2 No mesmo dia em que anunciou essa aquisição, a IBM também lançou novos conceitos, como sempre, contendo rótulos interessantes e moderninhos:IBM Smart Analytics System e IBM Smart Optimizer System. A primeira proposta evidencia duas fortes tendências da Big Blue: A primeira delas, montar uma camada com o apelo da palavra da moda: Analytics. A IBM, através do seu também comprado Cognos 8, oferece um ferramental para consulta, relatórios, dashboard e processamento OLAP. Não tem nele as funções de mining e análise preditiva, que será oferecida, a partir de agora, pelo recém-adquirido pacote da SPSS. Essa combinação de processamento de BI e Mining, que será estendida para outras máquinas(não somente mais para as do genoma IBM), traz à tona uma outra tendência que se torna cada vez mais clara nos domínios das grandes produtoras de tecnologia : A IBM está entrando no mundo do chamado BI Appliance-conceito de utensílio de BI, onde uma solução é oferecida na sua totalidade, do tipo, porteira fechada, como se diz no interior. A solução virá empacotando serviços, máquinas, softwares aplicativos, softwares básicos, consultorias, etc. Isso traz a IBM de volta ao passado. Houve um tempo (anos 80) em que a IBM vendia tudo sob a sua sigla: da máquina, ao sistema operacional, do SGBD ao monitor de comunicações(o nome do equivalente a servidor de aplicações da época). Naquele tempo, o cliente ia buscar na IBM a solução completa para as suas necessidades de processamento.A velha IBM está de volta, e entra no mundo de BI, com os moldes de ontem, sem que isso signifique desvantagem.O outro anúncio da Big Blue também promete. Há muito tempo, a área de BD tem se defrontado com desafios impostos pelos perfis diferentes de sistemas e necessidades de tratamentos diferenciados de dados. O mundo se divide na dicotomia OLTP, para processamentos transacionais e OLAP para os processamentos informacionais. Essas duas formas de processamentos visam objetivos diferentes e exigem estruturas diferenciadas A saída foi quebrar o mundo dos BD em 2 universos distintos: BD processando transações convencionais e BD montando DW, com processamentos informacionais e analíticos, sob grande demanda no momento. A velha dicotomia OLTP e OLAP parece que poderá desaparecer num futuro próximo. A nova proposta da IBM, através do Smart Analytics Optimizer, a ser lançada no último trimestre de 2009, será um engine que objetiva definir taxas altíssimas de transações, dentro do seu mainframe da linha System Z. A idéia central é colocar os dados de alto tráfego em pools de memória de até 1 TB(veja bem, 1 terabyte) e através de compressão e processamento de vetores, aumentar em até 10 vezes os indicadores de performance.O otimizador do DB2, esperto como é, saberá direcionar a consulta para o BD definido in-memory ou para o BD transacional. A idéia é tentar oferecer num único produto o melhor dos dois mundos: o processamento transacional e o processamento analítico.Isso evitará os custosos e quase sempre demorados processos de ETC que fazem a ponte entre os 2 mundos. A IBM prevê a sua chegada num patamar onde a Oracle já oferece algo semelhante com o Oracle DB Machine e Exadata Storage Server e a Microsoft planeja e desenvolve o seu equivalente, sob o label de Projeto Gemini. Bem vinda , Big Blue, ao mundo fascinante dos processamentos dimensionais.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A internet e o cerebelo de Gerken

Artigo publicado em janeiro de 2003, em homenagem a Joel Gerken

Há quem diga que a Internet é a grande revolução social deste momento pororoca entre os dois séculos que presenciamos como testemunhas declaradas em cartório. Frase, relativamente gasta, mas de uma verdade compulsória. A grande teia tem provocado mudanças óbvias, algumas delas exaustivamente autopsiadas por esses retângulos de papel da mídia impressa e códigos html da mídia eletrônica. Exemplos de compra eletrônica, empresas em tempo real , jornais virtuais, etc . Outras, menos óbvias aparecem no nosso dia a dia e tocam dimensões por vezes imperceptíveis ou desconhecidas. A internet tem modificado certos vocábulos das línguas clássicas. Surfar, agora pode ser sem prancha., na língua inglesa. Navegar é preciso e pode ser realizado, somente tendo o Google, como bússola. A palavra portal, de uso bastante específico na nossa língua e, segundo Aurélio, com um foco arquitetônico: “A porta principal, ou o conjunto das portas principais, dum edifício nobre, ou de templo, em geral artisticamente ornamentadas” ou circulatório com “pertencente ou relativo à veia porta”, é um outro exemplo. Guindada ao conceito de entrada virtual dos grandes sites, a palavra foi trazida também para a nossa língua para definições mais abstratas. Recentemente, em viagem pela região de Minas, onde os campos das vertentes flertam com as montanhas da Mantiqueira, encontro Mindurí, pequena cidade auto denominada o grande portal do eco-turismo do sul de Minas. Nada físico, nenhum pórtico, mas tudo tão imaginário, quanto sugeriu a internet e um saboroso contraste entre o virtual do termo e os contrafortes do sul mineiro. Um outro exemplo de força da grande rede, veio de um amigo dileto. Surpreendido por um problema de saúde repentino e não explicado por vários médicos de São Paulo e BH, esse antigo analista de sistemas recorreu ao pronto socorro virtual das informações disperso na grande rede. Fez buscas intensivas, participou de chats, mergulhou em grupos de interesse, sempre em busca de algo que pudesse explicar, ou pelo menos sugerir, o mal que se aproximava, e que produzia sérios “interrupts” de alguns de seus periféricos(braços e pernas). Depois de muitas informações pacientemente elaboradas e discutidas com um jovem neurologista do Hospital Vera Cruz, foi feito o diagnóstico. O cerebelo, pequena engenhoca atachada à parte posterior da placa mãe do cérebro, começava a dar sinais de abends e desregulou a produção do liquor, espécie de envólucro hídrico do nosso backbone (medula). Como , infelizmente, nem todos os nossos componentes foram projetados para ser “fault tolerant”, e o cerebelo não é “hot swappable”, a saída foi esticar um tubinho que drenasse o liquor em excesso, diretamente para o intestino, criando um salvador segmento de rede, sem hubs ou switchs. Depois de 6 cirurgias, este amigo, outrora condenado, segue uma vida (praticamente) normal. Almoçamos juntos, uma vez por mês, e acabei testemunha da tenacidade de duas pessoas: Um leigo paciente, mas determinado analista de sistemas, que acreditou na força da informação dispersa na rede. Soube , extrair, filtrar, analisar, tal como um analista de Business Intelligence e tomar decisões, como um usuário. O outro, um jovem médico desafiador do impossível. Essa é a internet e suas influências. Resolvi escrever essas linhas, para garantir a veracidade desta história, que poderia ser confundida com outras ficções que circulam pela grande nuvem. Tal como o mundo real, a grande teia é cheia de imperfeições e virtudes. O negócio é ser como os nordestinos e encostar sempre no lado bom da rede....

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Informática e a responsabilidade social

Publicado em setembro de 2004

São 5:00 h da manhã no interior do Piauí. Tertuliano Silva Filho, 10 anos ,espera pelo caminhão que o levará da zona rural de Demerval Lobão, até a cidade, localizada a 30 Km ao sul de Teresina. Tertuliano se prepara para mais um dia de aula. Já colocou no embornal a lasca de rapadura e o pão dormido, que lhe garantirão a estabilidade até voltar, lá pelo fim do dia. A escola onde Tertuliano estuda, nos arredores de Demerval Lobão era uma das muitas que seriam contempladas com alguns computadores ligados à Internet, oriundos do FUST (Fundo de Universalização dos Serviços deTelecomunicações), criado em 2000, com um enorme estoque de dinheiro originado de receita operacional bruta das empresas de telecomunicações e de outras alíquotas legais. Previa-se a colocação de 250.000 computadores em 12.500 escolas públicas de ensino médio no Brasil. Pois bem. Quatro anos depois e com uma montanha de mais de 2 bilhões de reais, o FUST continua silencioso como as madrugadas do semi-árido piauiense. Mudou o governo, mas os nossos burocratas e tecnocratas, certificados ISO-9001 em lentidão e travamentos, ainda encontram dificuldades para resolver o “deadlock” em que se meteram, quando criando uma mistura explosiva de tecnologia e política, paralisaram o projeto que faria Tertuliano conhecer o mundo pelos olhos da internet. No impasse de discussões sobre Microsoft e Linux, Bill Gates e Linus Torvalds, Office e Star-Office, os bilhões do FUST foram sendo silenciosamente contingenciados em nome do enigmático superávit primário. Enquanto isso, Tertuliano continua achando que “grande rede”, é somente aquele artefato rústico, que seus pais esticam no único cômodo da casinha do sertão, onde dormem a espera de que os homens públicos acordem.
Agora são 12:30 de uma sexta feira típica de Belo horizonte, quando até as almas barrocas esperam a noite chegar para se encontrar nos botecos. O analista de sistemas P.H.A, que trabalha numa grande empresa de software mineira, produtora de ERP, se prepara para o melhor “caso de uso” do mês. Ele, juntamente com o analista de bancos de dados A.M.T, irão se apresentar para uma platéia especial. Os dois fazem duetos e vocais ao violão, onde cantam todo o repertório dos Detonautas e dos Skank. Hoje estarão se apresentando a um grupo de pequenos pacientes , na enfermaria do Hospital do Câncer Infantil. Não o fazem somente por iniciativa própria. Eles participam do programa da empresa onde trabalham, que libera um expediente por mês, qualquer de seus funcionários para trabalhos voluntários, devidamente registrado e acompanhado.
Esses dois exemplos acima, bem próximos do real, mostram, como a diferença de ações e atitudes de pessoas comuns e tomadores de decisão podem interferir na vida dos brasileiros menos afortunados. Direta ou indiretamente todos podemos, via informática ou outros instrumentos, atenuar problemas sérios ou criar vácuos intransponíveis. Uma questão de transfusão de esperança num pequeno enfermo mineiro ou da exclusão digital definitiva de um piauiense sadio. A diferença entre o Tertuliano de Demerval Lobão e o menino de olhar fugidio, como frasco de soro pendurando no braço, cantando Garota Nacional é sutil e ultrapassa as fronteiras semânticas do prefixo (ir) da palavra (ir) responsabilidade. Faz parte do mosaico complexo deste país, campeão do inexplicável, mestre em desperdiçar oportunidades em nome de intenções nem sempre claramente manifestadas...