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sábado, 12 de dezembro de 2009

Ser humano relacional ou objeto?

O ser humano relacional ou objeto?

A notícia vem de Boca Raton. Pela primeira vez uma família de humanos teve implantada nos seus tecidos uma pequena tabela relacional. Um pequeno chip, do tamanho de um grão de arroz, contendo informações sobre cada membro da família, foi implantado com anestesia local. A informação armazenada transpôs a barreira da pele e registra nas suas tuplas, a princípio, somente informações sobre telefones e medicamentos de uso corrente. Cada chip hoje custa US$200 dólares e os dados são lidos por um scanner de US$2000 dólares apontado para parte interna do braço, onde provavelmente será o gabinete do homem-chip. Os dados podem ser “joined” com outras tabelas de um sistema externo, onde informações diversas sobre planos de saúde, inss, etc estarão complementando o nosso futuro BD (de) pessoal, agora na acepção da palavra. Os americanos, idealizadores do projeto, não questionam pontos de validade ética da idéia. Analisam a praticidade do homem-tabela que seremos num futuro próximo. Cada um dos nossos registros terá uma chave surrogate (única e sem semântica) que permitirá a nossa identificação unívoca e precisa, tal como nos “pets” americanos de famílias abastadas. Seremos rastreados por GPS, teremos um endereço IP exclusivo e universal que permitirá a nossa conexão direta na grande rede, bastando para isso que injetemos uma simples cápsula de protocolo wireless . Seremos clientes e servidores ao mesmo tempo em que nos aproximaremos do conceito inicial do ser humano digital, já desenhado por Spielberg. Aliás, de digital, até agora, tínhamos somente a impressão. Poderemos ir além dela, aponta a tecnologia, com a promessa de novos chips corporais. Quem sabe, poderemos optar por tecnologias variadas. Escolher um SGBD pessoal, tipo Oracle versão HB(Human being), bom para os momentos de contemplação e meditação, como sugere o nome do produto.Os libertários do código livre poderão agora sentir as benesses ou os desafios do Linux na própria pele, antes de experimentá-los nas escolas públicas do Vale do Jequitinhonha. Estariam Gates e Ellison interessados nesta teoria de objetos encapsulados e de códigos neo-arteriais que passaríamos a portar? Respostas para a redação. Os práticos poderiam fazer um download de um componente Java, cheio de inteligência artificial para melhor auxiliar na declaração do IR. Certamente aparecerão os chips paraguaios que abendarão com maior freqüência e provocarão erupções cutâneas, prontamente resolvidas com uma pomada a base de silício. Os problemas de vírus criarão uma confusão especial na área da saúde pública. Aproveitaríamos para aplicar os corretivos da Avast e da Kaspersky juntamente com a antitetânica ou com a preventiva de gripe. O conceito de computador pessoal se deslocará da nossa mesa de trabalho para as proximidades do sistema linfático. Hollywood tem feito bastante mas certamente pouco, com relação ao que poderemos ser.
O perigo será alcançarmos o estágio sem retorno de homem robot. Robot de quem?, perguntaríamos rapidamente no Brasil, onde o verbo e o substantivo produzem imediatos equívocos fonéticos. Conseguiriam os protocolos de SSL conter os ímpetos corruptos dos nossos governantes? O triste mesmo seria esquecermos de estender as mãos por causa de problemas de versão desatualizada ou deixarmos de chorar quando preciso, por falta de refil no cartucho.

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