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terça-feira, 21 de julho de 2009

Inundação de informação-CW junho/2001

Agora entendo um pouco mais a idéia de sociedade de informação. No início, achei que o conceito se atinha somente aos aspectos técnicos de se produzir bancos de dados e Data Warehouse para armazenar estoques infindáveis de campos textos e binários, devidamente cozidos e condimentados pelas necessidades de negócios das empresas. Hoje, associo este conceito à inundação de informação. Recebo, sem exageros incontidos, mais de uma dezena de revistas “físicas” por mês e outras tantas virtuais, pelas quais, diga-se de passagem, não tive, sequer o protocolo da solicitação. Fazem parte do novo conceito desta sociedade de informação, onde a democracia do conhecimento está sendo aquecida , movida claro, por instintos comerciais indiretos. São oferecidas nos mais variados sabores e assuntos e convergem para a irreversível tendência das publicações pagas pelos anúncios e não mais pelos assinantes. De você, os editores desejam o folhear das páginas, eventuais comentários na seção de cartas e o simples engrossar das estatísticas de leitores. Dos anunciantes, buscam intermediar o seu interesse como leitor, mesmo que você na prática, somente toque as capas e não consiga tempo para a digestão de tal self-service de informação. Você, desempenha uma espécie de anonimato bem vindo, onde vale a premissa codificada(no velho Fortran) de leitor = leitor + 1. Você será selecionado por vários mecanismos caçadores dentre eles, o seu id(e-mail) vagando pelo espaço físico ou virtual da sociedade. Essas publicações atacam um vasto espectro de assuntos, sempre centrado naqueles de maior holofote no momento. Gravitam pelas fronteiras sempre interessantes entre a tecnologia e negócio e se apresentam com nomes com voltagem e decibéis elevados como Ponto-Com, Business Intelligence, e_Commerce, CRM, ERP, atrelados a subtítulos como World, review, Management, etc . Trazem, por vezes, artigos bem construídos e de elevado interesse e nos momentos de baixa fecundidade de inspiração recheiam as suas páginas com informações como a opinião de Bill Gates sobre a morte ou a marca do notebook de Bin Laden, encostado ao seu lança granada no bunker-office do Al Qaeda. Embora sem custo direto, essa nova postura de popularização de informação apresenta como ônus, a impossibilidade física de seu consumo. Embora, sendo a informação considerada oxigênio e ouro em pó, estamos na boca de vivermos a síndrome do seu excesso. Com tal avalanche de publicações, despejadas semanalmente no seu escritório, abrem-se três problemas: O primeiro, a busca de uma técnica(ainda não desenvolvida pela ciência), de captura extra sensorial para transferência direta de conteúdo intelectual seletivo, a ser disparada pela simples avaliação dos títulos e chamadas de capa. Algo como uma absorção mediúnica de informação por banda larga. A segunda, a contratação de uma estrutura de logística para o controle e administração dos particulares armazéns(de revistas) de informação, que estaremos montando, caso não consigamos exercitar com destreza , o hábito do seu descarte imediato . E a terceira, a criação de uma nova ordem da Informática, que batizo, desde já, de Information Choking(asfixia por informação), que por sinal, terá uma revista gratuita mensal distribuída para os seus praticantes.........

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