Imagine a quantidade de dados de um Ministério, tipo do
Planejamento. Ou do Ministério da Saúde, Transporte,etc. Ou de qualquer outra
organização governamental do Brasil. Imagine a complexidade de suas estruturas,
a duplicidade de informações interorganizacionais ou talvez a leniência histórica
e colonial com o seu controle. Imagine os diversos dados redundados e
replicados por inúmeras áreas de TI dessas organizações todas, com suas
consequências. Agora imagine os problemas advindo desse “estado” de dados não
controlado e da perda de eficiência da máquina pública, que em última análise,
precisa de dados e informações corretas para rodar suas engrenagens. Pois bem,
esse é o grande desafio deste trabalho brilhante chamado FACIN-Framework de
Arquitetura Corporativa para (Interoperabilidade no) apoio à Governança.
Capitaneado pelo Serpro, esse trabalho de Hércules, em desenvolvimento já há
alguns anos, pretende botar certa ordem no caos de dados existente nas
organizações públicas, e que existe também hoje nas organizações privadas. Intenciona
mostrar caminhos e propor referências, com sugestão para adoção, que visem ao
melhor controle desses recursos tão valiosos e para os quais, somente agora, as
organizações abrem os olhos. É a chegada da Governança de dados nas instâncias
dos organismos do Governo federal. O projeto, perfeito nos seus ingredientes e
desafiador nos seus alcances, oferece um conjunto de elementos que descreve
modelos genéricos, que poderão ser ajustados à realidade de cada organização. O
grande objetivo é fomentar um alinhamento intra e interorganizacional, que
deverá desaguar na oferta de melhores dados, serviços e qualidade de
atendimento nas esferas do Governo Federal. Empacotado no conceito moderno de
Governo eletrônico, com iniciativas de melhorias nas interações
Governo-Governo, Governo-Negócio e Governo-Cidadão, o projeto foca, dentre
outros vetores, em aspectos fundamentais da integração de dados e processos,
cujos detalhes podem ser obtidos no link colocado ao final destas linhas. Na
área de dados, foco deste Blog, o projeto apresenta um detalhado Modelo de
Referência (de dados), de cuja discussão, tive o prazer de participar neste
início de setembro de 2016, a convite do Serpro. O modelo tem, na sua
composição, todos os elementos necessários a uma governança de dados, capaz de
estabelecer os primeiros controles fundamentais e evoluir para patamares
futuros de gestão desses ativos, intra e interorganizações. Oferece diretrizes
e um conjunto dos P´s da boa Governança de Dados, como Políticas, Princípios,
Papeis, Patrocínio, Padrões, etc, num conjunto muito bem costurado técnica e
conceitualmente. Dois grandes desafios se interpõem num projeto dessa magnitude
e complexidade. O primeiro, a necessidade de se estabelecer uma visão supra
organizacional que acompanhe o andamento e a adoção dessas práticas por entre
as diversas áreas do governo. Nos projetos de GD, de que participamos,
verificamos essas dificuldades latentes, dentro de uma única organização,
visando o envolvimento das diversas LOB(Linhas de negócios) que utilizam os
dados organizacionais. Agora transportemos esse cenário para diversas
organizações governamentais, num ecossistema complexo. Desafio puro. O outro
ponto a se considerar é o momento político de transição, quando teremos novos
gestores, líderes, etc. E nesse nosso país, sabemos que, coisas boas, feitas
por governos anteriores, podem desaparecer no buraco negro das diferenças
políticas ou na indiferença daqueles que não percebem a importância dos grandes
projetos, que não foram da sua lavra. E esse é um deles...
Obs: Se você é estudante de Computação, Sistemas de
Informação, etc, trabalha com TI, ou gosta do assunto Dados, Integração e
Interoperabilidade não deixe de acessar o link abaixo.
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