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segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Os desafios de dados nas organizações governamentais brasileiras

Imagine a quantidade de dados de um Ministério, tipo do Planejamento. Ou do Ministério da Saúde, Transporte,etc. Ou de qualquer outra organização governamental do Brasil. Imagine a complexidade de suas estruturas, a duplicidade de informações interorganizacionais ou talvez a leniência histórica e colonial com o seu controle. Imagine os diversos dados redundados e replicados por inúmeras áreas de TI dessas organizações todas, com suas consequências. Agora imagine os problemas advindo desse “estado” de dados não controlado e da perda de eficiência da máquina pública, que em última análise, precisa de dados e informações corretas para rodar suas engrenagens. Pois bem, esse é o grande desafio deste trabalho brilhante chamado FACIN-Framework de Arquitetura Corporativa para (Interoperabilidade no) apoio à Governança. Capitaneado pelo Serpro, esse trabalho de Hércules, em desenvolvimento já há alguns anos, pretende botar certa ordem no caos de dados existente nas organizações públicas, e que existe também hoje nas organizações privadas. Intenciona mostrar caminhos e propor referências, com sugestão para adoção, que visem ao melhor controle desses recursos tão valiosos e para os quais, somente agora, as organizações abrem os olhos. É a chegada da Governança de dados nas instâncias dos organismos do Governo federal. O projeto, perfeito nos seus ingredientes e desafiador nos seus alcances, oferece um conjunto de elementos que descreve modelos genéricos, que poderão ser ajustados à realidade de cada organização. O grande objetivo é fomentar um alinhamento intra e interorganizacional, que deverá desaguar na oferta de melhores dados, serviços e qualidade de atendimento nas esferas do Governo Federal. Empacotado no conceito moderno de Governo eletrônico, com iniciativas de melhorias nas interações Governo-Governo, Governo-Negócio e Governo-Cidadão, o projeto foca, dentre outros vetores, em aspectos fundamentais da integração de dados e processos, cujos detalhes podem ser obtidos no link colocado ao final destas linhas. Na área de dados, foco deste Blog, o projeto apresenta um detalhado Modelo de Referência (de dados), de cuja discussão, tive o prazer de participar neste início de setembro de 2016, a convite do Serpro. O modelo tem, na sua composição, todos os elementos necessários a uma governança de dados, capaz de estabelecer os primeiros controles fundamentais e evoluir para patamares futuros de gestão desses ativos, intra e interorganizações. Oferece diretrizes e um conjunto dos P´s da boa Governança de Dados, como Políticas, Princípios, Papeis, Patrocínio, Padrões, etc, num conjunto muito bem costurado técnica e conceitualmente. Dois grandes desafios se interpõem num projeto dessa magnitude e complexidade. O primeiro, a necessidade de se estabelecer uma visão supra organizacional que acompanhe o andamento e a adoção dessas práticas por entre as diversas áreas do governo. Nos projetos de GD, de que participamos, verificamos essas dificuldades latentes, dentro de uma única organização, visando o envolvimento das diversas LOB(Linhas de negócios) que utilizam os dados organizacionais. Agora transportemos esse cenário para diversas organizações governamentais, num ecossistema complexo. Desafio puro. O outro ponto a se considerar é o momento político de transição, quando teremos novos gestores, líderes, etc. E nesse nosso país, sabemos que, coisas boas, feitas por governos anteriores, podem desaparecer no buraco negro das diferenças políticas ou na indiferença daqueles que não percebem a importância dos grandes projetos, que não foram da sua lavra. E esse é um deles...

Obs: Se você é estudante de Computação, Sistemas de Informação, etc, trabalha com TI, ou gosta do assunto Dados, Integração e Interoperabilidade não deixe de acessar o link abaixo.

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