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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Governança de Dados-Parte-X- Resumo dos pontos fundamentais da GD


Depois de analisarmos várias escolas de Governança de dados, aqui vai uma espécie de “Road map” de GD,  ou os  12 Mandamentos, que  devem ser observados quando falarmos de sua implementação prática nas empresas:

1)Criação de um grupo de estudo,  envolvendo a TI e as áreas de negócios  cujos dados sejam mais sensíveis e críticos, como dados financeiros, de clientes, de vendas, etc.  É fator crítico de sucesso o alto envolvimento das áreas de negócios, com a busca de patrocinadores fortes e comprometidos com a melhoria da gestão de dados;

2)Definir políticas para a conceituação de Dado, como um ativo(asset) da empresa e diretrizes para a formação do Comitê de Governança de dados da empresa. As políticas deverão ser regras gerais consensadas entre as unidades organizacionais envolvidas e aprovadas pela alta gestão da empresa e deverão ser parte de processos e padrões definidos para a Governança de dados na empresa;

3)Definir os riscos de dados “impuros” (data flaws) ou como os aspectos de baixa qualidade dos dados criam impactos nos negócios da empresa. A definição de riscos potenciais ou  de “business cases” de problemas derivados de qualidade de dados é fator crítico na aprovação de um Programa de Governança de dados, pela alta gerência e fundamental para sua sensibilização ;

4)Inventariar nas  áreas envolvidas, TI inclusive, as principais fontes de dados, de forma a se ter uma visão do grau de replicação de arquivos considerados críticos, como BD de Clientes,  de Pessoal, de Materiais, Financeiro, etc; Esse item, que oferece uma visão qualitativa do problema, compõe parte do item 3 acima descrito;

5)Selecionar as bases de dados consideradas mais críticas para tratamento quantitativo de qualidade. Buscar e aplicar soluções de “data profiling” em bases escolhidas baseadas em priorização, visando demonstrar o grau de qualidade dos dados considerados críticos;

6)Analisar as lacunas observadas e o nível de maturidade atual em dados. Com eles, fazer a  proposição de plano de ação, que poderá envolver  a criação de gestores de dados(data steward) localizados em áreas críticas de negócio da empresa. Os gestores de dados atuam em áreas funcionais/linhas de negócios com a responsabilidade de aplicar e preservar as políticas, regras , diretrizes de qualidade, como criação, uso, replicação,etc;  

7)Pensar a GD em camadas  funcionais distintas, com papéis definidos e pessoas alocadas:
·         A camada estratégica, onde está o Comitê de GD, ou de Conselho de Dados, ou que nome venha a ter. Formado por gerentes funcionais de áreas (TI, inclusive), terá o objetivo de estabelecer  as políticas e diretrizes que definem o dado como um ativo da empresa. Resolverá impasses que certamente surgirão e será uma espécie de Comitê Consultivo;
·         A camada tática com o Grupo de implementação do programa de GD(CDO-Chief Data Office, ou DMO-Data Management Office, ou DGPG-Data Governance Program/Process Group), formado pela gerência média, responsáveis pela execução dos planos de ação. As palavras chaves aqui são: envolvimento, cooperação e convencimento por resultados concretos. A gerência de uma área de negócios deverá ter pleno entendimento das definições de GD, vindas do Comitê acima, a fim de apoiar as ações de seus gestores de dados e as definições do CDO/DMO/DGPG;
·         A camada operacional, com os gestores de dados(data steward) alocados nas áreas e linhas de negócios, responsáveis pelas atividades do dia a dia. Por exemplo, na área de Faturamento de uma empresa de energia elétrica , poderá haver gestores de dados divididos em domínios ou subdomínios, como faturamento secundário/primário/grandes consumidores de alta tensão, etc. O aproveitamento de recursos humanos nas áreas de negócios, com grande conhecimento do assunto(subject área) pode ser considerada  uma excelente estratégia na definição dos gestores de dados(data steward). Esse conceito é chamado “Governança de dados não invasiva”, e foi definido por Robert Seiner, da Kikconsulting, especialista em Governança e Administração de dados;

8)Iniciar ações para conhecer e entender os dados existentes através de levantamento de termos de negócios, visando a formação do repositório de metadados, contendo definições, relacionamentos e áreas de negócio responsáveis pela sua criação, custódia e consumo (CCC);

9)Pensar a Governança de dados em alguns projetos específicos com respectivos planos, selecionados pela prioridade, definidos em programas, como MDM(Master Data Management), Segurança de dados, Qualidade dos dados para tomada de decisão(BI com Analytics), Dados não estruturados(Geo-BI, por exemplo),etc. Por exemplo, na trilha MDM, identificar as ações para reduzir as replicações de fontes de dados críticos(Consumidor, Órgãos, Produtos, etc) , levantados no item 4. Envolver as áreas de negócios que atuam no domínio daquele dado e criar ações alinhando “business e TI”. Esses projetos devem ser vistos como iterações do processo maior de GD, aplicando-se  neles as atividades de identificação de metadados, definição de métricas, garantia da qualidade, etc.  Na trilha de BI com Analytics, considerar aspectos de governança no sentido de identificar por áreas de negócios: os seus usuários, os relatórios ou cubos produzidos e consumidos, o valor de retorno dessas informações de BI para o usuário, freqüência e tipo de solicitações atendidas, etc. Esse trabalho deverá ser feito com envolvimento do Núcleo de BI  e apontará , de certa forma, o grau de maturidade com que a área de BI atua. Ver mais adiante detalhamento sobre maturidade em BI, conforme pesquisa da TDWI.  Na camada de dados não estruturados, entender que 80% dos dados de uma empresa hoje estão na forma semi ou não estruturada. Assim aspectos relacionados com dados de mapas, GED (Gestão Eletrônica de Documentos), etc devem ser observados  e também  merecer os olhares da GD;

10)Sempre atuar com o conceito de “quick hits”, ou seja realizando projetos que retornem rapidamente resultados visíveis e importantes;

11)Definir procedimentos de monitoração dos projetos, através de ações de medições(MED) ou de garantia da qualidade(GQA), criando indicadores, como número e tipos de “incidentes” relativos a dados, problemas de reclamações externas devido a erros de dados, não-conformidades com definições regulatórias detectadas, etc;

12) Por fim, entender que GD é um  programa e não um projeto isolado e portanto tem características contínuas, e que o processo desenhado para implementá-lo deverá ser constantemente avaliado por medições e ganhos tangíveis, o que viabiliza a sua continuidade e minimiza os riscos de seu colapso. 

Se você quiser criar uma memória sintética , pense nos “9 P”  da GD, grifados até aqui, ao longo do texto:
1)Patrocínio
2)Políticas
3)Processos
4)Padrões
5)Papéis e Pessoas
6)Procedimentos
7)Programas/Projetos(Planos)

Com esse artigo, encerramos o primeiro bloco que objetivou o entendimento dos conceitos alicerces de GD através de várias óticas. No próximo bloco de posts discutiremos os aspectos de Maturidade em GD, analisando várias propostas de modelos de maturidade, inclusive uma baseada nas premissas e experiências obtidas nas diversas implementações de modelos de maturidade para software: MGD-Melhoria de Gestão de Dados. 

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