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quarta-feira, 11 de julho de 2012

Governança de Dados-Parte VIII-c-Visão europeia sobre Governança de dados:continuação do post anterior (Visão europeia sobre GD e QD)


Visão Bonnet
Pierre Bonnet é um dos mais conhecidos ativistas da área de dados na França. Cofundador da empresa Orchestra , que produz o  software Orchestra Network, especializado em apoiar implantações de projetos MDM, Bonnet também é conhecido pela criação de comunidades abertas  para discussões sobre Arquiteturas sustentáveis de TI(http://www.sustainableitarchitecture.com/)  e da MDM Alliance Group (http://www.mdmalliancegroup.com/) . A estratégia de Pierre Bonnet é abordar os aspectos de Governança de Dados através do canal MDM, onde demonstra forte background e oferece um conjunto de ferramentas, encabeçadas pelo framework EBX5, como carro chefe. O seu livro Enterprise Data Governance(2010), editado pela Wiley tem como subtítulo “ Reference & Master Data Management  Semantic modeling. A comunidade MDM Alliance Group oferece de forma livre um conjunto de  processos e modelos semânticos semi-prontos para áreas de conhecimentos fundamentais das empresas (Location, Asset, Party, Party relationship,Party Role,Event,, Period, etc ), eliminando-se a tediosa prática de se inventar a roda nesse domínio de conhecimento.
Diferentemente das outras proposições discutidas, a de Bonnet aborda uma aproximação mais bottom-up, se comparada com as outras . Enquanto as outras escolas centram em ações top-down que envolvem Comitês de governança de dados, DMO, data stewardship, e data custodians,  a de Bonnet  foca na abordagem de resgate imediato dos dados do mundo relativamente descontrolado em que se encontram em grande parte das empresas. Ou seja, Bonnet começa atacando diretamente o problema inflamado dos dados, embora as outras proposições, anteriormente discutidas, não lhe sejam contraditórias. Simplesmente as duas vertentes começam por extremos opostos. A ideia de GD de Bonnet é centrada nesse resgate dos dados, através do uso de ferramentas centradas em três pilares fundamentais: modelos semânticos de dados, regras de negócios e processos.  Modelos semânticos, para quem não se lembra bem, são os modelos de dados/objetos sem traços de implementação, cheio de riquezas semânticas nas definições dos atributos e dos relacionamentos. Não contém, por exemplo, tabelas de junção, produzidas nas quebras de relacionamentos M x N e oferecem um grau de entendimento maior, principalmente para uma plateia de não informatas. Os dados mestres definidos via modelos semânticos seriam, em tese, mais ricos em detalhamento negocial e permitiriam a aplicação de um conjunto de funções de controles, que Bonnet chama de “governança”. Funções de controle de versões de dados, numa espécie de gerência de configuração aplicada aos dados, funções de autorização e acesso, definindo quem faz o quê sobre os dados; funções de tempo, controlando a variação dos dados ao longo do tempo(valores e significados de dados podem mudar com o passar dos anos) e gerência de contexto, com maiores informações sobre o contexto do dado e suas variadas visões e interpretações, dependente de quem os olha e consome. Lembrem-se que as empresa trabalham em diferentes países, com canais diferentes e regulações variadas e os dados não podem ser congelados e atrelados somente ao “environment” do momento em que o sistema foi concebido.
Na segunda camada aparecem as Regras de negócios, que são definições de cunho mais organizacional estabelecidas sobre dados e processos  e que lhes impõe certos níveis de controle. Colocadas numa camada separada, as regras de negócios podem ser aplicadas aos dados, evitando a sua codificação(hardcoded) direta em programas. Viram uma espécie de objeto também, podendo ser controlada pelos gestores de dados(data steward) e podem ser invocadas na camada de integração, como um serviço. São devidamente codificadas em linguagens próprias  e geridas num BRMS(Business Rule Management System). Por fim, na terceira camada, aparecem os processos, também integrantes da proposição de Bonnet. Essa camada ofereceria sistemas de BPM visando integrar os dados mestres aos seus processos de uso e atualização.
Com esse aparato, a empresa domaria o descontrole dos dados e conseguiria, segundo a proposta francesa, realizar uma GD com correção. A ideia é valida, mas não pode ser considerada isolada das outras ações já discutidas. Tem um viés mais tecnológico, permite um ataque direto aos dados, criando implementações imediatas, mas depende fundamentalmente de ferramentas para a quebra da cultura enraizada nos domínios de dados. Faz parte das soluções semelhantes, como Kalido e DataStar. A empresa, Orchestra, anunciou em julho/2012, um crescimento de 60% no segundo trimestre de 2012, comparado com o mesmo período do ano passado.  

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