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quarta-feira, 28 de março de 2012

Data Governance-Parte V-Framework do DGI-Data Governance Institute


Gwen Thomas (@gwenthomasdgi)  é uma das mais conceituadas consultoras em GD nos EUA, com participação  constante em quase todos os grandes eventos da área. Responsável pelo DGI-Data Governance Institute (www.datagovernance.com) , uma organização  focada para as práticas de GD e estratégia de dados, com forte sabor de neutralidade com relação a ferramentas. O DGI possui um framework, que será discutido abaixo, que serve como referência para implementações de GD em diversas organizações . O site de Gwen apresenta uma série de trabalhos sobre o assunto, com possibilidade de download e oferece ( pago)  uma ferramenta dedicada para controle de atividades no âmbito de GD . O site contém também uma série de “cartoons” a respeito do tema, que mostram com traços de ironia as dificuldades de se implementar os conceitos de DG. Ótimo para ilustrar palestras e aulas. Muito interessante no site  é uma área dedicada à  comunidade que pratica de Data Governance e Data Stewardship, cujo acesso exige pagamento de associação. Nessa área, o profissional de DG poderá encontrar diversos exemplos práticos, envolvendo cerca de 130 organizações em 16 países do mundo. Você poderá encontrar exemplos de Políticas, Princípios, Padrões e Guias/procedimentos , além de exemplos de estruturas organizacionais, detalhes de papéis, direitos e responsabilidades sobre os dados. Desde agosto/2011 frequento essa área como sócio e muitas ideias boas podem ser extraídas de lá, embora a quantidade seja grande e você deverá ser focado e seletivo naquilo que está buscando. Um certo cuidado deve ser observado com relação à data do material publicado e oferecido, muitos com mais de 5 anos de existência, o que pode sugerir desatualização dos conteúdos. Considerando que a GD é ainda uma área em formação, não deixa de ser uma fonte rica.

DGI-Framework
O framework apresentado nesse trabalho (figura 5.1) é uma versão traduzida para português do original, disponível no site do DGI, sem ônus. O conceito de Governança de Dados, segundo o framework de Gwen Thomas é um sistema de direitos e responsabilidades para processos relacionados à informação, executado em concordância  com modelos que descrevem quem pode realizar quais ações com qual informação, quando, sob quais circunstâncias, e usando quais métodos. A autora busca a estratégia do 5W 2H e isso seria o “o que-what”  da GD, dentro daquela visão. 
O framework de Governança de Dados mostra os componentes principais que embasam a proposta:

1)O Porquê da GD(Why):A Governança de Dados, segundo Gwen Thomas, é definida para:
·         Proativamente criar e alinha regras sobre dados;
·         Reagir  às infrações dessas regras e resolver pendências;
·         Proteger e servir aos interesses dos “stakeholders” de dados, através de um apoio contínuo;
O resumo da ópera nesse ponto é que a GD é a legisladora, a mantenedora das regras e a “resolvedora”  de impasses sobre dados da empresa, sempre protegendo o ativo fundamental que é o dado/informação.
·         Os princípios da GD são, segundo o DGI:
o   Integridade;
o   Transparência;
o   Auditabilidade, ou seja mecanismos definidos e planejados para se controlar o que foi “acordado”;
o   Responsabilidade (O termo adotado aqui é Accountability). Há uma diferença em inglês sobre “responsability” e “accountability”. O primeiro é mais focado em quem tem a responsabilidade por fazer alguma coisa no sentido de ter sido designado para tal. Tem um sabor de compartilhamento, e todos tem, sob certo aspecto, responsabilidades definidas no seu domínio de trabalho.  Accountability, por outro lado, tem um significado mais voltado para quem será cobrado por aquela ação. Pode ser considerada como a responsabilidade sem compartilhamento e é definida como “the ultimate responsability”. Nem sempre quem tem “responsability” tem “ accountability” por certas ações. Na língua portuguesa não há essas diferenças, sendo ambas  expressas pelo mesmo vocábulo(responsabilidade);
o   Gestão(no sentido de tomar conta-stewardship);
o   Controles  e equilíbrio no entendimento das necessidades de dados dos stakeholders(aquelas áreas de TI e de Negócios que coletam, criam, armazenam e manipulam informações, aquelas que usam informações e aquelas que definem controles e regras de aderência, risco, segurança, privacidade, de qualidade de dados, etc) . No framework esse princípio aparece como  “checks and balances”;
o   Padronização;
o   Gerência de Mudança;
o   Dentro do “porquê”, ainda existem os mandamentos universais da GD, suportados por todas as atividades de GD :
§  Aumentar o faturamento/valor, suportado por/pelo
·         Esforço de governança relacionado à definição de dados e metadados e melhoria da qualidade dos dados, normalmente via MDM
§  Gerenciar custo e complexidade,suportado por/pelo
·         Esforço de governança relacionado a endereçamento de problemas de integração de dados, redução da redundância de dados, redução da complexidade organizacional e/ou de sistemas e viabilização de SOA ou outras tecnologias e arquiteturas
§  Garantir a sobrevivência através da atenção aos riscos e vulnerabilidades, suportado por /pelo
·         Esforço de governança relacionado a controles de acesso e garantia de privacidade
·         Adequação às  exigências definidas por aspectos regulatórios
·         Formalização interna de controles e
·         Prevenção contra desastres de dados
O resumo da ópera do “porquê”, também não traz novidades com relação à essência da GD e de suas motivações: qualidade de dados vista na sua pluralidade(integridade, documentação/metadados, disponibilidade, controles, etc ) implicando valores de negócios, manifestados sob diversas óticas: segurança, privacidade, regulações, riscos .

2)O Onde (Where): Definir claramente que áreas deverão ser foco prioritário dos trabalhos de GD. O DGI define algumas áreas:
·         Qualidade de dados;
·         Fluxo e Integração de informações;
·         Definição de dados;
·         Riscos e controles;
·         Segurança;
·         Privacidade;
·         Gerência de Acesso;
·         Aderência a regras e padrões(compliance);
·         Suporte para SOA e MDM;
·         Tomadas de decisões executivas, onde se lê BI/DW e assemelhados
Resumo da ópera: O onde, ou seja os domínios nos quais a GD deverá se concentrar se ajustam claramente ao “porquê” anteriormente definido, mostrando domínios sensíveis dentro do espectro dos dados.

3)Quando (When): Todos os processos “que governam os dados” tem componentes para ser endereçados durante cada uma das sete(7) fases da Governança de dados:
·         Desenvolver valores para a GD;
·         Preparar um “roadmap” , ou seja planejar os passos a seguir;
·         Planejar as ações e os recursos financeiros;
·         Projetar o programa de GD;
·         Implementar o programa de GD;
·         Governar os dados;
·         Monitorar, medir e reportar.
Resumo da ópera: Aqui, dentro do When(quando), a idéia é o estabelecimento de um plano de implementação de GD, definido no mais puro estilo do ciclo PDCA(Plan-Do-Check-Act).

4)Quem(Who): Envolve a definição dos principais stakeholders:
·         Stakeholders de dados;
·         Escritório de Governança de dados(DGO);
·         Gestores de dados (data stewards) ;
Resumo da ópera: O “Who” também obedece a uma conformação organizacional que , cada vez mais, é encontrada nas implementações de GD. A definição de três camadas, sendo a primeira numa espécie de conselho(não muito claro na proposta do DGI, que genericamente cita stakeholders de dados), no meio  tendo um tipo escritório de dados(DMO, aqui denominado DGO) como gerência tática e os gestores de dados(data stewards), normalmente lotados nas áreas foco do projeto e prioritariamente dentre as mais sensíveis do ponto de vista de dados, com as ações operacionais.

5)O Quê(What): Definir os aspectos relacionados a direitos de decisão, responsabilidades, e mecanismos de controle, baseado nas Políticas e diretrizes definidas;
Resumo da ópera: O “o quê” estabelece, nesse ponto, os elementos essências de  responsabilidade  e se completa com o “como” no próximo item, dando maior detalhamento no processo de GD em si. 

6)Como(How): Significa os processos a serem aplicados para se governar os dados:
·         Alinhar políticas, requisitos e controles;
·         Estabelecer direitos de decisão;
·         Estabelecer responsabilidades;
·         Realizar a gestão dos dados(via gestores, ou data stewards);
·         Gerenciar mudanças;
·         Definir dados;
·         Resolver pendências;
·         Especificar requisitos de qualidade de dados;
·         Mapear a governança para a tecnologia;
·         Definir os aspectos (cuidados) relacionados aos stakeholders:
o   Comunicação( C ), Acesso a informação(A), Manutenção de registros ( R ), Educação e Apoio ( E ), observando o impacto em 4 níveis( Programa/Empresa, Projeto/Departamento, Disciplina profissional e Pessoal

Síntese: O Framework do DGI é estruturado sobre conceitos, na estratégia de 5W e 2H e exige um certo desdobramento e entendimento na sua aplicação. Serve mais como um guia maior mas não oferece um passo a passo que possa facilitar a sua implantação, respeitando o propósito de qualquer modelo, que é servir como referência. Se analisarmos os seus ingredientes fundamentais observa-se que a essência dos conceitos de GD estão presentes e muitos de seus elementos são comuns e aparecem em outras proposições, embora com nomes/contextos ligeiramente diferente. Um dos grandes valores agregados do framework, além da visão pictórica oferecida,  é o seu site e a área de práticas em GD e Data Stewardship, que contém um material rico em exemplos aplicados em várias empresas de domínios diferentes. Vale a pena dar uma olhada.



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